Natural de Rio Grande, no Sul do Estado, Felipe Franco Pinto é neurocirurgião e veio para Lajeado através da esposa, que é natural de Teutônia, com quem tem três filhos.
Para ingressar na universidade, Franco conta que estudou muito. Fez o ensino médio e cursinhos. Como na época não tinha muita opção, a alternativa mais indicada era se preparar para tentar ingressar em uma universidade federal, o que não foi fácil, mas conseguiu. Passou na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Quando entrou na faculdade, na primeira semana de recepção aos alunos, de cara quis olhar uma cirurgia.
“Saí da recepção e fui assistir a cirurgia. Lembro quando uma técnica de enfermagem olhou para mim e me deu de presente um abocath (cateter para aplicar soro na veia), isso me marcou muito, guardei comigo e fui para casa já com olhar para cirurgia. Sabia ali o que queria para minha vida”, conta.
No primeiro ano da faculdade, na aula de anatomia, começou a se encantar para a parte da neuro, cérebro, coluna. “No segundo semestre já estava ciente do que queria. Foi ali que despertou o interesse na neurocirurgia”.
Formado em medicina, trabalhou dois anos em clínica geral, morou em Nova Araçá e depois seguiu para Caxias do Sul para formação em neurocirurgia. “Após seis anos de faculdade, entrei direto para a neurocirurgia onde permaneci durante cinco anos em um único hospital. Atuei no Hospital Pompéia até 2019, quando vim direto para Lajeado a convite de amigos, profissionais da medicina”.
A neurocirurgia é uma área muito abrangente, atuando desde a dor crônica, dores de nervos, até dores no rosto, áreas dolorosas dos nervos do corpo até as mais comuns da coluna e crânio.
“Uma das coisas mais importantes que vejo num tratamento, é a confiança do paciente com o profissional. Quando o paciente entende todos os riscos atrelados a um procedimento considerado mais delicado, ele fica mais tranquilo e o profissional também. A preparação de uma neurocirurgia está atrelada a uma rotina”, diz o médico.
O especialista ressalta que a neurocirurgia é uma das áreas de atuação médica que possuem a residência mais longa só na área dela. “Passa cinco anos somente lidando com a neurocirurgia, não faz cirurgia geral e depois subespecialidade, faz cinco anos de neurocirurgia. Acaba tendo uma carga horária grande para criar essa naturalidade e para que isso seja rotina”.
As cirurgias mais comuns estão atreladas às dores de coluna. Muitas vezes, as dores de coluna afetam, pelo menos, 90% da população mundial, com dor lombar e travamento. Ele reforça que a vida do ser humano é muito corrida. Muitas vezes, a pessoa passa muito tempo em uma mesma posição, seja sentado ou em pé, e acaba tendo dores nas costas. “As cirurgias de hérnia de disco são frequentes”.
Estrutura do HBB
A grande maioria das pessoas não tem noção da estrutura que o Hospital Bruno Born oferece. Segundo o profissional, ao chegar em Lajeado, ficou surpreso ao ver toda a estrutura do HBB. “A gente se surpreende ao chegar numa cidade como Lajeado e encontrar uma estrutura como o Bruno Born, que em muitas cidades grandes não tem. Para exercer a neurocirurgia no HBB é excelente, equipamentos de alta tecnologia, temos todos os materiais que necessitamos e não deixam a desejar em nada” afirma.
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