Conflito Irã-Israel: “Há interesses além de econômicos”, diz professor

ENTREVISTA | O VALE EM PAUTA

Conflito Irã-Israel: “Há interesses além de econômicos”, diz professor

Efeitos do combate podem refletir no preço do dólar, petróleo, entre outros

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Atualizado terça-feira,
23 de Abril de 2024 às 16:03

Conflito Irã-Israel: “Há interesses além de econômicos”, diz professor
Professor de História e Relações Internacionais da Univates, Mateus Dalmáz (Foto: Pedro Rodrigues).
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Os impactos do conflito entre Israel e Irã foram assunto do programa O Vale em Pauta desta terça-feira, 23. Professor de História e Relações Internacionais da Univates, Mateus Dalmáz discorreu sobre o tema. Segundo ele, há interesses além de econômicos “em jogo”.  

“Ainda, o comércio exterior marítimo envolvendo navegação no mar vermelho, no Golfo Pérsico. Hoje existem várias empresas ocidentais que operam na região e o comércio exterior é muito ativo nesses territórios. Então, há interesses por parte do Ocidente que nenhum estado islâmico feche ou monopolize a navegação, impeça o comércio exterior. Por isso, uma rede de aliados no Oriente Médio por parte dos Estados Unidos é importante”.  

Além disso, Dalmáz ressalta que Israel não tem aliados no Oriente Médio, ele é isolado. “Ele se dá muito bem com o Ocidente, especialmente, com os Estados Unidos. Mexer com Israel é mexer com os EUA. Os Estados Unidos controlam uma organização internacional militar através dela. Os EUA têm condições de imobilizar o uso da força militar por parte dos países europeus para fazer ataques no oriente médio quando desejar. Estado de Israel investe grande parte do seu orçamento em material bélico, sistema de inteligências e segurança. Ele detém tecnologias de ponta mais importantes do mundo”.  

Sobre os reflexos  

Os efeitos do conflito podem refletir no aumento do preço do dólar, impactos no preço do petróleo. “Do ponto de vista econômica, o Brasil vai lidar com uma onda inflacionária que os conflitos do Oriente Médio já causam desde o ano passado. Já do ponto de vista da política externa brasileira, o Brasil não tem alterado a sua proposta que é não ser partidário de um lado ou de outro. Assumiu uma posição equidistante das partes em conflito. Foi assim no caso da Ucrânia, Hamas, Israel e Irã. O Brasil tem sempre optado em apoiar fora os multilaterais que possam em grupo dialogar no sentido de encaminhar um sessar fogo, uma paz e, desse modo, o Brasil quer se credenciar como um país apto a fazer parte desses grupos que medeiam a paz, se credenciar a ser um mediador e um país confiável em colaborar em solucionar conflitos”. 

Assista a entrevista na íntegra

 

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