“Os passos mais firmes são dados com as pernas tremendo”

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“Os passos mais firmes são dados com as pernas tremendo”

Tainá Spessatto, 26, vive um momento especial em sua trajetória acadêmica. Aluna de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ela realiza um intercâmbio na Universidade de Évora, em Portugal (a segunda mais antiga do país). Com uma rotina corrida sendo princesa de Nova Bréscia, mora em Lajeado e estuda em Porto Alegre, ela agora compartilha a experiência internacional por meio de suas redes sociais

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“Os passos mais firmes são dados com as pernas tremendo”
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Como foi a decisão pelo intercâmbio?

Sempre admirei aqueles que se aventuram nessa experiência. Desde que entrei na UFRGS, isso passou a ser um sonho para mim. Agora, no último ano de graduação, percebi que esse semestre seria minha última oportunidade para participar do processo. Foi então que decidi tentar. Recebi o e-mail de aprovação enquanto estava voltando de Porto Alegre para Lajeado e fiquei extremamente feliz. Foi só depois disso que contei para minha família e para meus amigos. Eles ficaram em choque e felizes, assim como eu. Recebi muito apoio, até de pessoas que não eram tão
próximas a mim.

Como foi se habituar ao convívio de desconhecidos?

No primeiro mês morei em uma residência estudantil que era compartilhada com meninas de outros países. Foi um período desafiador, porque tive que me habituar a muitas coisas ao mesmo tempo – o lugar, a comida, a rotina, a convivência com pessoas de culturas distintas e com costumes muito diferentes dos meus. Ao mesmo tempo, isso me mostrou o quanto nós somos capazes de nos adaptarmos a ambientes e situações que fogem do que estamos familiarizados.

Como é a sua rotina atual?

É mais tranquila do que costumava ser no Brasil. Consigo dedicar mais tempo aos estudos, especialmente porque a universidade exige muitas tarefas. As aulas acontecem ao longo de algumas manhãs e tardes. Continuo realizando atividades a distância para o Espelho Meu LAB, em Lajeado, no Programa Transforme Emoções. Nos momentos livres gosto de sair e caminhar pelas ruas. Évora é conhecida como a Capital Europeia da Cultura e há muitos lugares encantadores na cidade.

O que mais está lhe surpreendendo na experiência?

Eu associava muito a ideia de intercâmbio ao estudo. No entanto, percebi que é muito mais do que apenas uma vivência acadêmica. É como uma imersão completa: mergulhar dentro de si mesmo, se descobrir, se permitir, conhecer pessoas do mundo todo, se emocionar visitando um novo lugar, testar seus limites, lidar com o desconhecido e com a mudança, conviver com a incerteza, perceber sua própria capacidade, romper com a zona de conforto. No momento em que você consegue estourar a bolha, percebe que pode ir muito longe. Eu nunca imaginei passar nem mesmo por metade do que essa experiência está me proporcionando. Preciso admitir também que tive muito medo para encarar isso tudo, mas precisei assumir o risco de descobrir o que estava me esperando. Certamente foi a coisa mais incrível que já fiz na vida.
O preço de não ir em busca dos nossos sonhos é passar a vida pensando em como teria sido. Se você estiver lendo isso e de alguma forma estiver se identificando, gostaria de dizer que os passos mais firmes são dados com as pernas tremendo. Caminhos novos dão medo, mas é neles que a maioria das melhores coisas acontecem.

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