Pedidos feitos pelo setor produtivo foram aceitos pelo governo federal e as instituições financeiras podem liberar crédito às empresas com investimentos previstos em cidades fora da sede do CNPJ.
A circular do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) foi divulgada na noite da quarta-feira e começou a valer ontem. No Vale do Taquari, indústrias atingidas pela inundação demaio, sem condições de manter a produção, tiveram os pedidos negadospor apresentarem projetos de transferência de endereço.
Pela informação , o superintendente da Área de Operações do BNDES, Marcelo Porteiro Cardoso, comunica aos agentes financeiros que o programa emergencial passa a permitir crédito para estabelecimentos atingidos pela inundação em qualquer município gaúcho. Esse entendimento vale tanto para novos pedidos de financiamento quanto os protocolados desde o início do programa.
Conforme o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Angelo Fontana, essa correção foi uma das demandas do setor produtivo da região. “Temos indústrias muito atingidas e que não poderiam retornar às atividades. Agora, empresas do Vale poderão solicitar o crédito tanto para construção, maquinário e capital de giro.”
Até a noite dessa quarta-feira, dos R$ 15 bilhões destinados pelo fundo social, e que garantem os juros de 0,6% até 0,8% ao mês, foram depositados pouco mais de R$ 4,3 bilhões. Havia ainda R$ 4 bilhões em análise. Para garantir o acesso ao dinheiro para empresas que sofreram prejuízos diretos, o governo federal estabeleceu como regra a liberação para negócios dentro da mancha de inundação.
Conforme o Departamento de Clientes e de Relacionamento Institucional do BNDES, os bancos poderão operar contratos com micro, pequenas, médias e grandes empresas, com faturamento de até R$ 300 milhões.
Acima disso, o contato é direto com o BNDES.
A lista de instituições financeiras autorizadas tem bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil e Banrisul), privados e também cooperativas de crédito (Sicredi, Sicoob, por exemplo).
Mais para o capital de giro
Pelos pedidos dentro do sistema bancário, a maior parte das liberações e pedidos é para capital de giro. “Temos empresas que estão com o faturamento em baixa desde setembro. Neste momento, dinheiro na conta para uso livre é a principal necessidade”, frisa Fontana.
Dentro do montante do fundo social, o BNDES ampliou a linha de capital de giro. Os recursos haviam terminado menos de 48 horas depois do início das operações.
O orçamento total da linha passa a ser de R$ 7,5 bilhões. Esse aumento faz parte dos R$ 15 bilhões do programa, que se divide em três linhas principais: capital de giro (crédito emergencial), aquisição de máquinas e reconstrução.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o remanejamento atende à alta demanda de crédito. “É uma medida fundamental para pagamento de salários, renovação de estoques e pagamentos de fornecedores das empresas gaúchas em período crítico de recuperação da catástrofe climática.”
Detalhes
- Autorização:
O governo federal aceitou pedidos do setor produtivo, permitindo
crédito para investimentos em cidades fora da sede do CNPJ. - Quando:
A circular do BNDES comunicou os bancos na noite de quarta e já está em vigor. - Demanda regional
A correção atende a demanda das indústrias do Vale do Taquari com
projetos para construção em cidades vizinhas. - Recursos disponíveis:
Dos R$ 15 bilhões, pouco mais de R$ 4,3 bilhões foram liberados. Há
mais R$ 4 bilhões em pedidos ainda com análise. - Critérios:
O financiamento está disponível para negócios dentro da mancha de inundação. - Linhas:
O programa se divide em capital de giro, aquisição de máquinas e reconstrução. - Mais para capital de giro:
O orçamento total foi ampliado para R$ 7,5 bilhões para atender a alta demanda. - Objetivo:
A medida visa atender à alta demanda de crédito para pagamento de salários, renovação de estoques e pagamentos de fornecedores.