“Que dia lindo pra se estar vivo! ”

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

“Que dia lindo pra se estar vivo! ”

Por

Vale do Taquari

Em 24 de março último participei da primeira etapa do Circuito dos Vales, na bela Santa Clara do Sul. Há tempos não ia lá. Urbanização moderna, avenidas largas e ajardinadas, casas com pátios cuidados, está muito bonita. Tudo combinando com o lindo domingo de manhã que fazia, céu azul e uma leve brisa. Cenário digno da grande promoção que é o Circuito dos Vales, de cinco etapas bimestrais em diferentes municípios da Região, cada qual com mil e quatrocentos participantes que vão lá caminhar ou correr nas modalidades de 3, 5 ou 10 quilômetros. Um incentivo à saudável prática esportiva.

Vou na corrida dos 5 Km, treinado e preparado por personal trainer. Aliás, aí, dois conselhos. O primeiro: se és do tipo sedentário, começa a te mexer, inicialmente com caminhadas. Quando menos te aperceberes, estarás correndo. Já o segundo conselho, de suma importância: não o faças por conta. Procura a orientação de um profissional da área, numa academia, de preferência, de um personal trainer. Te orientará de acordo com tuas características e necessidades. Não é um gasto, mas um investimento no teu bem-estar.

Pois estava eu a correr lá pelo quilômetro 3, cadência das passadas consolidada, de olho no relógio para ver se melhorava meu tempo, concentração total quando emparelhou comigo uma corredora, jovem, bem preparada que, por certo, aproveitou para dar uma respirada ao entrar, por breves minutos, na minha cadência de passadas mais vagarosas. É bom alguém te acompanhando – nem que seja por breves momentos -, porque acaba por puxar teu desempenho. E aí, do nada, aquela corredora parceira por breves minutos me olhou de soslaio e disse uma frase sensacional: “que dia lindo pra se estar vivo! ” Momento seguinte acelerou seu ritmo e desapareceu dentre as centenas de participantes que me antecediam, por certo na busca do seu lugar no pódio dos vencedores.

Confesso que aquilo foi um tapa de luvas e um resgate.

Um tapa de luvas pois, focado apenas na corrida, deixava de usufruir do belo contexto proporcionado pela bela Santa Clara e pelo domingo de manhã radiante, que me envolviam.

E o resgate, para as coisas boas da vida. Daqueles momentos que, mesmo parecendo singelos – simplórios até –, por gostosos e felizes, se constituem na seiva preciosa que deve nutrir nosso dia-a-dia.

O turbilhão do cotidiano nos envolve e nos joga num redemoinho que irreversivelmente nos sugará para o fundo, caso não reparemos e usufruamos as coisas belas e as pessoas amigas e amadas que nos cercam.
E não soubermos nos sentir felizes por estarmos vivos para usufruir e sorver as infinitas coisas boas e tocantes com que nos deparamos e, não raras vezes, não reparamos.

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