O casal Érica e Carlos Dorneles mora em Lajeado há duas semanas. Ele foi contratado para atuar na área de técnico em edificações. Vindos de Cachoeira do Sul, tentam matricular o filho de dois anos em uma das escolas de Educação Infantil de Lajeado.
“A resposta é que vão tentar encaixar. Mas como as turmas estão fechadas, precisamos aguardar um pouco. Esperamos que não demore muito”, diz ela. Por enquanto, Eunice fica com o filho. “Quero começar a trabalhar o mais rápido possível”.
Assim como a família Dorneles, há mais de outras 410 na lista por uma vaga, conforme acompanhamento da Secretaria Municipal de Educação (Smed). “Temos uma demanda diária de vagas. É um desafio bastante grande para nossa equipe, de conseguir organizar a rede e atender as famílias que mais precisam. Por outro lado, é positivo, pois nossa cidade atrai as pessoas, seja por trabalho, qualidade de vida, ou em busca de formação profissional”, avalia a supervisora pedagógica da Educação Infantil da Smed, Dirlene Marina Rech.
De acordo com ela, a maior dificuldade é para crianças do berçário até os dois anos. “Neste momento, só abre vaga se houver alguma desistência”. Em alguns casos, diz, pode passar de sete meses o período de espera. “Nosso compromisso é garantir a universalização do atendimento para crianças de 4 e 5 anos. É o que diz a legislação.”
Frente ao número de famílias na lista de espera, há uma série de critérios adotados para selecionar os atendidos. O principal é de ordem social. A preferência é por crianças em situação de vulnerabilidade, afirma Dirlene.
A rede municipal atende no total 3.418 crianças. Na rede particular (compra de vagas), são 271 matrículas.
Em termos de equipes de atuação, são 358 monitores, 274 professores e 12 recreacionistas (cargos em extinção), que atuam em 25 escolas e outras cinco conveniadas da rede particular.
Estrutura das escolas
O governo de Lajeado investe na ampliação do número de vagas e também na infraestrutura das escolas. Uma delas é a Pequeno Lar, no bairro Olarias. De cinco turmas entre 2019 e 2020, hoje são 12.
Conforme a diretora, Raquel Sontag, são mais de 200 alunos. “Temos conseguido atender quem nos procura atrás de vagas. Ainda estamos fazendo matrículas. Até agora, calculamos que metade dos alunos sejam novas matrículas, de alunos que avançaram para escolas do Fundamental.”
Por dia, calcula pelo menos três famílias em busca de uma vaga. “O bairro Olarias tem crescido bastante. Mas temos crianças de outras localidades também, como do Planalto, Universitário e Campestre.”
Números
- Em 25 escolas municipais e mais cinco conveniadas com compra de vagas.
- São 3.418 alunos na Educação Infantil
- Contando os 271 da rede particular a lista de espera é de 414 crianças
- Atuam 245 professores na rede
- Mais 358 monitores e 12 recreacionistas (cargos em extinção)
Lista de ampliações
A política da administração nos últimos anos foi voltada para construção de novas escolas e adaptações das existentes. Entre elas, destacam-se:
- Escola Nova Pequeno Lar, no bairro Olarias, passou por expansão. Hoje são 12 turmas e mais de 200 alunos, aumentando de sete para dez turmas.
- Escola no bairro São Bento, na Pequeno Aprendiz, ampliou as salas de seis para dez turmas em um ano.
- Inauguração da Emei no Bom Pastor foi no ano passado, com seis turmas. Agora são dez.
- No bairro Conservas, as salas foram ampliadas e o número de turmas foi de oito para dez.
- Para este ano, está previsto o início da construção de mais uma creche na área central.
- Oferta de compra de vagas em fase de credenciamento, visando atender às famílias que não conseguem vagas de forma convencional.
- Processo seletivo baseado em critérios sociais e de vulnerabilidade.
- Priorização do atendimento às crianças de três a cinco anos e mais vulneráveis, antes de disponibilizar vagas para berçário e jardim.
