Governo pretende interiorizar curso de medicina, diz presidente da Fuvates

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Governo pretende interiorizar curso de medicina, diz presidente da Fuvates

Na Universidade do Vale do Taquari, curso completa dez anos

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Governo pretende interiorizar curso de medicina, diz presidente da Fuvates
Presidente da Fundação Univates, Ney José Lazzari (Foto: Rodrigo Gallas).
Lajeado

O curso de medicina da Univates completa dez anos em 2024. Conforme o presidente da Fundação Univates, Ney José Lazzari, o governo federal pretende interiorizar o curso para manter estudantes formados nos seus municípios de origem. “O que mais segura as pessoas no interior é a residência médica. Então, expandimos muito a residência em Lajeado, com mais de 50 na Univates e HBB, além da parceria com o Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves.”

Lazzari explica que, para abrir um curso de medicina, é necessário que haja uma quantidade mínima de cinco leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) na área de atuação, pois os alunos precisam realizar estágios. Na região de Bento, havia mais de 500 leitos do SUS, mas não havia um curso de medicina disponível. “Nós realizamos um extenso trabalho e apresentamos um projeto ao Ministério da Educação (MEC) para iniciar o curso. Entretanto, durante o final do governo de Temer, foi emitido um decreto que proibia a abertura de novos cursos de medicina por cinco anos, assim como o aumento de vagas. Isso nos impediu de prosseguir com o projeto.”

O projeto foi levado aos tribunais. “Temos o projeto em mãos e queremos seguir em frente com a abertura. Além de nós, há mais de 300 solicitações em todo o Brasil que também foram levadas à justiça. O Ministério da Educação (MEC) conseguiu invalidar algumas delas por meios legais, enquanto outras permaneceram. Atualmente, estamos entre os 80 cursos de medicina no Brasil que estão em disputa judicial e aguardam uma decisão”.

O administrador ressalta que o MEC visitou Bento Gonçalves. “Eles deram uma nota de 4.6 em uma escala de 5 para a estrutura, corpo docente e prestaram muitos elogios. Contamos com profissionais com mestrado e doutorado, e investimos consideravelmente em equipamentos para laboratórios, inclusive, negociando futuros aluguéis.”

Ainda, durante o programa Frente e Verso desta quarta-feira, 27, Lazzari relembra trajetória do médico Wilson Dewes quando circulava no Hospital Bruno Born, almoços, trabalhos na Fundef. “Ele era excelente no seu campo profissional como médico, técnicas que ele utilizava nas cirurgias labiopalatinas, referências mundiais, integrante da sociedade local das diferentes áreas atuando em várias instituições de saúde, viajava o mundo em busca de ideias, preocupado com a arte e cultura”.

Na Fundef, Dewes tinha uma preocupação e dedicação além do normal. “Sempre imagina a Fundef como um pequeno hospital”.

A fundação, segundo Lazzari, vai para outro patamar de profissionalismo, desde a retaguarda de software e que vai passar a ter o mesmo que administra o HBB. O governo do estado está incluindo a Fundef como uma das clínicas credenciadas pelo estado e que vai receber recursos mensais para sua manutenção e prestação de serviço para a região.

“Queremos concretizar uma parceria da Fundef com Bauru-SP, centro referência que inspirou o Dr. Dewes, para que profissionais de lá venham para nossa região passar alguns meses, trocar experiências”.

E finaliza, “Somos responsáveis agora por tocar o legado deixado por ele e temos o compromisso de cumprir”.

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