Tem macaco, paca e serelepe no campus? Tem sim!

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Tem macaco, paca e serelepe no campus? Tem sim!

Estudantes do 9º ano da Escola Municipal Bela Vista, orientados pelo professor doutor Luiz Liberato Corrêa, instalaram armadilhas fotográficas e flagraram estes e outros mamíferos silvestres do campus da Univates

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Tem macaco, paca e serelepe no campus? Tem sim!
Vale do Taquari
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O trabalho de pesquisa “Mamíferos silvestres no campus da universidade” revela a presença de diversas espécies de animais, algumas ameaçadas de extinção, nas áreas de floresta da Univates. O doutor e professor de biologia Luiz Liberato Corrêa propôs ao seus alunos do 9º ano um estudo diferente dos convencionais: descobrir quais animais habitam o campus. Os resultados foram surpreendentes e renderam uma exposição do Museu de Ciências da universidade.

Os estudantes do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bela Vista, de Arroio do Meio, sob orientação de Corrêa, colocaram armadilhas fotográficas – equipamentos particulares do docente – em pontos estratégicos nas áreas de floresta da Univates. O grupo contou com a colaboração do curso de Ciências Biológicas, por meio da professora doutora Liana Johann, e bolsista de iniciação científica e graduando de ciências biológicas Mathias Höfstatter.

As armadilhas fotográficas equipadas com sensores de movimento foram distribuídas em diferentes áreas do campus. A escolha dos locais, segundo o professor, levou em conta marcas de trilhas possivelmente de animais. O grupo utilizou iscas (frutas), dispostas próximas das câmeras para facilitar a captura de imagem. A cada 15 dias, os alunos verificavam a carga das pilhas e baterias e trocavam os cartões de memória. O trabalho durou quatro meses.

Depois que todos os dados foram coletados, o trabalho geral foi fracionado entre grupos de alunos. “Um grupo escolheu a ecologia do tatu-galinha, outro sobre a paca. A equipe que escolheu o mão-pelada como tema ficou em 1º lugar na Feira da Univates, no ano passado.

“As atividades de campo com estudos da fauna silvestre na disciplina de ciências proporcionaram distintas abordagens investigativas que vêm ao encontro com a educação ambiental, conscientizando e motivando os alunos para a pesquisa no ambiente escolar, evidenciando o conhecimento da natureza e seus processos ecológicos”, destaca Corrêa.

Surpreendente

O flagrante, em especial, surpreendeu o professor Corrêa. Foi o registro de paca, que na integra a lista de animais ameaçados de extinção no Rio Grande do Sul. “Aparentemente é um casal”, diz o professor a partir dos registros fotográficos.

Outra curiosidade é que haviam marcas de pegadas nas câmeras, mas não fotos. “Alguns passavam pelos equipamentos, mas não eram flagrados, embora a lente captasse movimento em um raio de dez metros. Pelas imagens, os estudantes conseguiram diferenciar, por exemplo, o graxaim do mato do graxaim do campo.

Nova etapa

A intenção é seguir os estudos com borboletas, águias noturnas e pássaros. “É necessária toda uma logística, buscar autorizações, tudo precisa ser pensado e bem planejado antes de executar”, destaca o professor.

Em 112 dias, foram detectamos 11 registros de mamíferos silvestres

  • Ouriço-cacheiro (Coendou spinosus)
  • Serelepe (Guerlinguetus ingrami)
  • Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)
  • Preá (Cavia aperea)
  • Furão (Galictis cuja)
  • Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus)
  • Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous)
  • Mão-pelada (Procyon cancrivorus)
  • Paca (Cuniculus paca)
  • Bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans)
    *Gato-do-mato (Leopardus sp.)
    * Considerados ameaçados de extinção no RS.
    Obs. Relatos de locais e contatos indiretos foram considerados.

Exposição no Museu de Ciências

Além dos banners informativos com as imagens registradas, a exposição no Museu de Ciências da Univates conta com itens do seu acervo sobre a fauna local, como animais taxidermizados.

A exposição tem como objetivos proporcionar ao público o conhecimento das diversas espécies que compõem a fauna local e conscientizar as pessoas sobre a importância da proteção dos animais. A paca, o bugio- ruivo e o gato-do-mato, exemplos flagrados durante a observação, são considerados animais ameaçados de extinção no Rio Grande do Sul.

O Museu fica na sala 100 do prédio 8. A exposição pode ser prestigiada por todos os interessados e a visitação é gratuita. A sala está aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h às 17h, sem necessidade de agendamento.

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