Natural de Muçum, Diego Baldissera cursou o segundo grau no Castelinho, em Lajeado, concluindo os estudos em 1999. Nessa época tinha curso técnico de auxiliar de laboratório em análises químicas onde teve a oportunidade de uma boa base para encarar o vestibular. Morava em Muçum e se deslocava diariamente para Lajeado.
Fez cursos em Porto Alegre e na segunda tentativa do vestibular, conseguiu ingressar na universidade. “Minha família tinha o sonho da medicina e eu me interessei desde os quatro anos de ingressar. Aos seis anos, eu operava os sapos da região”, brinca.
Ingressou na medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Urgs), fez formação voltada em cirurgia geral e trauma. Começou com a paixão para a cirurgia videolaparoscópica que direcionou para a área digestiva, “foi uma cascata de acontecimentos que me trouxeram de volta para a região do Vale”.
Se formou após seis anos, atuou no hospital de Muçum durante seis meses quando passou na residência e foi para Porto Alegre. Foram três anos de residência no hospital de Pronto Socorro. “Foi ali que alicerçei minha base e o meu treinamento em cirurgias mais “agressivas”. Formação complementar em vídeo voltada para aparelho digestivo e exames endoscópicos.
Há oito anos recebeu convite da equipe de bariátrica do HBB. Auxiliou a equipe e depois como cirurgião membro da equipe, titulado cirurgião bariátrico, foi convidado para integrar o grupo de sobreaviso de cirurgias, a retaguarda da emergência do hospital.
Avanços da medicina
A evolução e atualização na medicina exigem o interessa do profissional. Conforme o especialista, é preciso acompanhar essa evolução para não ficar no atraso.
Ele cita que hoje existem cirurgias que o paciente pode fazer um procedimento em pouco tempo e vai para casa. “No caso de um câncer de intestino sendo descoberto precocemente, a cirurgia é feita por colonoscopia, paciente faz o procedimento e em uma hora vai para casa andando, se alimentando, algo que não acontecia anos atrás”.
Cirurgia Bariátrica
No começo da carreira, tinha uma visão completamente diferente da cirurgia bariátrica. Comecou a estudar, fez cursos, se preparou e hoje, a cirurgia bariátrica é uma realização profissional. “Ela me traz muitas gratificações como médico. O propósito de entregar saúde para o paciente, melhora na qualida de vida, estou me realizando mais com a cirurgia bariátrica do que com as outras especialidades”.
Ele acrescenta, “poder entregar a uma paciente a possibilidade de brincar com um filho, pois não conseguia se movimentar, isso não tem preço. Dizer para uma mãe, agora você pode brincar com seu filho após perder 30 a 40 kg”. A cirurgia bariátrica traz um benefício para o paciente, dependendo das comorbidades, ocorre a entrega da cura de algumas doenças ou melhora drástica em algumas doenças.
“Essa entrega, mudar a vida de uma pessoa através da saúde, não tem preço”.
Conforme Baldissera, a cirurgia bariátrica veio para quebrar o ciclo ruim, melhorar essa cascata de alterações hormoniais e devolver ao paciente a autoestima, o bem-estar, a saúde. “A obesidade não é um estado físico. O MC acima de 30, o paciente com obesidade já instalada, em algumas localidades do país supera os 24%, números grandes e alarmantes. A obesidade precisa ser vista e tratada como uma doença de fato”.
Médico x Paciente
De origem italiana, Baldissera gosta de conversar e manter contato com os pacientes. “Tento o máximo possível descontrair com o paciente durante a consulta, isso o deixa mais tranquilo”.
Nas horas vagas, leva uma vida normal, vai ao supermercado, festas, atividades na sociedade. “Precisamos desmistificar a história do médico, é uma pessoa como qualquer outra. Cumprimento desde o porteiro até o superior, não precisamos ter essa relação de bloqueio, mas o contrário, se aproximar das pessoas”.
Baldissera atualmente trabalha no hospital de Encantado e divide as atividades com o hospital Bruno Born, em Lajeado, além de consultórios nas duas cidades.
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