As enchentes, a carta do Vale e os próximos passos

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

As enchentes, a carta do Vale e os próximos passos

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A decisão está tomada. Os líderes estão convencidos. A sociedade precisa ser preparada e o recurso precisa ser buscado e gerado. O que separa o Vale do Taquari de um plano concreto de prevenção e enfrentamento contra as enchentes é a nossa capacidade de ação e mobilização. Nunca estivemos tão convictos da nossa tarefa de planificação daquilo que nos tornará mais eficientes e eficazes nas próximas cheias.

A carta do Vale do Taquari, extraída do seminário promovido na Univates, em novembro, é a grande bússola que está conduzindo nossos líderes para além do lugar comum. Do debate produtivo e instigante no prédio 7 da universidade, já deriva uma comitiva de pelo menos 20 agentes públicos, privados e de entidades classistas regionais para Blumenau, no próximo dia 18. Em solo catarinense, conhecerão de perto e na prática, tudo o que foi desenvolvido naquela cidade historicamente abalada por cheias e que soube se prevenir e proteger. Esse é o nosso caminho.

Ao fim do seminário, representantes das entidades elaboraram documento com as principais ações contra catástrofes. (Fotos: FREDERICO SEHN)

A tarefa é complexa e longa, já sabemos. Nos municípios mais atingidos pelos dois fenômenos, os prefeitos ainda precisam juntar forças, recursos e motivação para encarar os dramas diários, seja no campo emocional, social ou econômico. Centenas de pessoas continuam morando em abrigos improvisados, empresas padecem de recursos para se recompor, enquanto a infraestrutura no campo e na cidade clama por intervenções. Ou seja, as demandas dos prefeitos são prementes e urgentes e, passados três meses, da primeira grande enchente, a paciência da sociedade está cada vez menor.

Ainda assim, não podemos nos desgrudar da missão essencial de estruturar um plano macrorregional, que contemple todos os municípios da Bacia HidrográficaTaquari/Antas. Um esforço coletivo é imperioso para emplacar um sistema que nos prepare melhor para o futuro. A tragédia expôs nossa discpliscência e nos força à evolução. Por aqueles que se foram, pelos que ficam e aos que virão, temos a obrigação de levar a cabo o planejamento de uma região suscetível à inundações.

Se você está incrédulo quanto ao resultado final deste movimento, te faço um convite: ajude a multiplicar o conceito sobre a importância de evoluirmos para um plano estruturado e, na sequencia, alimentaremos uma agenda pedagógica e cultural a respeito do assunto. Cada uma tem um papel a cumprir em meio a tudo isso. Dos governos federal e estadual, já sabemos o que esperar – ou não esperar. Assim sendo, vamos arregaçar as mangas, unir forças, somar estratégias, buscar conhecimento e decidir nunca mais passar pela mesma coisa, do mesmo jeito.

Bora, Marcelo Caumo!

O prefeito de Estrela, Elmar Schneider, voltou a propor o rateio do valor de um projeto para uma nova ponte sobre o rio Taquari, entre Lajeado e Estrela. A ideia do gestor estrelense é que as duas cidades dividam em 50% o custo do projeto, para depois buscarem recursos em outras esferas para a execução da obra.

Schneider falou do assunto na reunião almoço com empresários, nessa sexta-feira, 8. Alguém precisa pegar o tema debaixo do braço e ir em frente. Uma nova ponte sobre o Taquari é para ontem. Vejamos (acima) os quilométricos congestionamentos que se provocam diariamente a partir das obras de alargamento feitas pela CCR.

O quase colapso da ponte na enchente de setembro – ela chegou a ser interditada por algumas horas – é a prova cabal de que precisamos uma segunda ligação, sob pena de provocarmos uma hecatombe logística caso a única travessia colapsar uma hora dessas. Bora, Marcelo Caumo, aceitar a proposta do Schneider e partirmos para a ação?

Um pacto de futuro

A medida que o Pacto Lajeado pela Paz se ramifica, percebemos a relevância deste programa para o presente e o futuro da cidade. De todas as recentes políticas públicas criadas pelo governo de Marcelo Caumo, nenhum outro chega ao patamar do Pacto. O concurso de redação, promovido pelo Grupo A Hora nas escolas municipais de Lajeado, recebeu 576 textos – contos, poesias, dissertações – a respeito da paz na escola, na família e na comunidade. Um movimento promissor capaz de alimentar uma cultura de paz, que somada a todos os trabalhos desenvolvidos dentro e fora das escolas, nos permite acreditar numa sociedade melhor daqui para frente. Que todos os prefeitos que virão mantenham o investimento neste projeto vanguarda e estruturante para Lajeado

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