Pelo menos 736 pessoas atingidas permanecem fora de casa no Vale

APÓS CHEIA

Pelo menos 736 pessoas atingidas permanecem fora de casa no Vale

Municípios impactados pela enchente de 18 de novembro avaliam, agora, situação das residências e definem estratégias para os desalojados

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Pelo menos 736 pessoas atingidas permanecem fora de casa no Vale
Na terça-feira, 406 pessoas ainda estavam fora de casa em Encantado. (Foto: Divulgação)
Vale do Taquari

Pouco mais de uma semana depois da nova enchente que atingiu o Vale do Taquari no dia 18 de novembro, pelo menos 736 pessoas permanecem nos abrigos municipais. O medo de nova cheia, a danificação das casas e a dificuldade em encontrar outro espaço para morar estão entre os motivos de muitas famílias ainda não terem retornado.

Em Lajeado, na terça-feira, 28, ainda havia 48 pessoas abrigadas no Parque do Imigrante, 28 no ginásio do Conservas e nove na capela do bairro Conservas. Cerca de 700 pessoas tiveram que sair de casa no período. O retorno começou durante a semana passada.

Conforme informações das equipes da prefeitura que trabalham no local, na enchente de setembro, foram 306 famílias e 806 pessoas abrigadas no parque e em outros abrigos da cidade. Desta vez, muitos voltaram a ser atingidos.

Coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz diz que muitas das residências foram destruídas desta vez. “Na enchente de setembro, muitas casas tiveram um pequeno abalo. Agora, essas casas foram mais danificadas ainda, algumas delas, inclusive, destruídas”, comenta.

Queiroz destaca que os moradores começaram a retornar, também, para áreas de risco, como o bairro Conservas. Ele reforça que as equipes do Cras e da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social (SMDS) têm um trabalho difícil pela frente, já que cada família tem sua particularidade.

“Estamos encaminhando as vistorias nas residências. O pessoal da Seplan e as equipes atuam para ver para onde ainda é possível as pessoas retornarem, e onde não é mais possível”. Queiroz diz ser um trabalho lento, porque são cerca de 3 mil casas atingidas e danificadas.

Além disso, ressalta que o município está com encaminhamentos com o Governo Federal para reconstruir algumas residências. Outras famílias ainda tentam o aluguel social.

Encantado foi uma das cidades mais atingidas, e 406 pessoas ainda estavam fora de casa na terça-feira.

938 casas danificadas

Em Venâncio Aires, a Defesa Civil contabiliza 3,9 mil pessoas atingidas pela enchente do dia 18 de novembro, em especial, em Vila Mariante e comunidades do segundo e nono distritos. Conforme o chefe da Defesa Civil, Luciano Teixeira, no total, foram 3.943 pessoas afetadas.

Destas, 2.180 pessoas foram desalojadas e 162 desabrigadas, e retornaram às residências ao longo da quarta e quinta-feira da semana passada. A equipe de engenharia da prefeitura registrou 938 casas danificadas e 21 destruídas. Hoje, não há mais pessoas nos abrigos.

Segunda maior da história

Em Taquari, o rio chegou a 12,95 metros às 4 h da madrugada de segunda-feira, 20, cerca de 10 metros acima do nível normal. Na cheia de setembro, o pico foi de 12,22 metros. A enchente de novembro foi a maior em 80 anos na cidade. O prefeito André Brito decretou Estado de Calamidade Pública no município.

Moradores dos bairros Praia, Passo da Aldeia, Tinguité e Olaria, e das localidades de Rincão, Beira dos Rio e Porto Grande voltaram a ser atingidos. A água invadiu, inclusive, uma parte da sede da Associação de Moradores do Bairro Caieira, onde estavam abrigadas algumas vítimas. Moradores da parte baixa da Rua Eduardo Porto, no Olaria, foram, pela primeira vez, atingidos pela cheia do Rio Taquari nos 44 anos que residem no local.

Nessa terça-feira, 37 pessoas ainda estavam em abrigos, por terem os móveis danificados ou com medo de nova cheia. Arroio do Meio, Estrela, Roca Sales e Muçum também ainda possuem moradores nos abrigos.

Nos abrigos da região

  • Lajeado – 48 pessoa no Parque do Imigrante, 28 no Ginásio do Conservas e 9 na Capela do Conservas;
  • Arroio do Meio – 104 pessoas estão alojadas em quatro ginásios do município;
  • Estrela – 49 pessoas abrigadas no ginásio Ito Snel;
  • Encantado – 406 pessoas;
  • Muçum – 35 pessoas, no Jardim Cidade Alta, CTG e Salão do José Marcolin;
  • Roca Sales – 20 pessoas, de 10 famílias. Entre os abrigados, um idoso e três crianças, no Ginásio do Cras e no Salão Paroquial;
  • Taquari – 37 pessoas, de 10 famílias, estão fora de casa porque os imóveis foram danificados ou pelo medo de nova cheia do rio, com a previsão de chuva. São moradores dos bairros Caieira e Praia, abrigados na sede da Associação de Moradores. Há duas famílias do Rincão que estão em casa de aluguel.

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