Recomeçar é preciso. Respeitar, também

Opinião

Ledi Giongo

Ledi Giongo

Secretária Executiva da Cooperativa Dália

Recomeçar é preciso. Respeitar, também

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Recomeçar: É a palavra de ordem em nossa região. O foco é reconstruir, tanto que, nos últimos dias, estamos utilizando muitos “REs”. Reordenar, retomar, refazer, renovar, restaurar, reestruturar. Em efeito, é o que ouvimos e falamos diuturnamente.

Por ora, esta é a nossa opção: como uma fênix, ressurgir das cinzas. E aqui, claro, conta muito a dinâmica, o empreendedorismo e a força de nossos governantes. Em princípio, todos parecem solidários e dispostos a unir a população, principalmente a atingida pelo ciclone, em torno da reconstrução, seja dos lares ou das empresas industriais, comerciais ou de serviços.

Sempre lembro que Blumenau, o terceiro município mais populoso de Santa Catarina, nos anos oitenta, foi invadida pelas águas e parcialmente destruída, mas não esmoreceu e foi reconstruída. E, para reativar a economia e animar a população, um grupo de empresários, com apoio do poder público municipal, implementou a primeira de muitas edições da Oktoberfest.

Eis aí um bom exemplo de superação para quem acredita que, após a tempestade, o sol ressurge forte e vibrante. Na verdade, a natureza, como a vida, é feita de ciclos, os quais variam e, por conseguinte, tudo nela é um recomeço. A iniciar pelas estações, que são passageiras, como o outono, que se assemelha a um ser maduro, alternando dias quentes e pouco frios e, por isso, muito bem aceito pela maioria. Trata-se de um período de bons fluídos e, dado isso, preparatório para um tempo mais difícil, que é o inverno, quando é preciso prevenção, cuidados e muita precaução.

Já a primavera, que o sucede, tem um calor agradável e traz a certeza da novidade, de coisas positivas e surpreendentes. É colorida e, portanto, muito agradável, seguida pelo verão, bastante quente e, em razão disso, parece que o tempo é curto embora os dias sejam longos. Porém, todas têm um ponto em comum: são efêmeras, mas com a certeza de que retornarão no ano seguinte. Vão e voltam. São cíclicas; contudo, deixam marcas sempre diferentes e únicas.

Então, precisamos pensar que nossa região foi acometida por um ciclo negativo, que vai passar sem deixar saudade e, certamente, servirá para que se instale a renovação e não se repitam os erros que impediram a sua prevenção. Neste sentido, é preciso recomeçar, sem, contudo, esquecer que é necessário mudar conceitos e estratégias, com o objetivo de amenizar as consequências de uma jovem primavera rebelde e contestadora, capaz de promover estragos significativos, ou de um inverno rigoroso, implacável e inflexível o bastante para causar danos expressivos a quem não estiver forte o suficiente para enfrentá-lo.

Há quem afirme que a melhor estratégia é a prevenção mesmo que parcial e, por isso, é preciso dispor de alguma para utilizá-la quando necessário, considerando que, em determinadas situações, a inteligência humana é insuficiente para encontrar soluções pacíficas. Uma delas, certamente, é respeitar os limites da natureza e sua influência sobre a espécie humana ainda viva.

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