Ideias na cabeça e olhos voltados ao meio ambiente

VIVER CIDADES

Ideias na cabeça e olhos voltados ao meio ambiente

Estudantes das redes pública e privada apresentaram 76 projetos voltados à preservação. Concurso premiou os seis melhores

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Ideias na cabeça e olhos voltados ao meio ambiente
Foto: Luciane Ferreira
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Entre os propósitos do projeto Viver Cidades estão estimular a pesquisa e dar visibilidade às iniciativas voltadas ao meio ambiente. O I Concurso Viver Cidades vai ao encontro destes objetivos. O desafio lançado às escolas das redes pública e privada resultou em 76 inscrições de alunos do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A diversidade de ideias, de áreas exploradas e de soluções propostas surpreendeu positivamente a comissão organizadora e a julgadora.

Para o doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária, Odorico Konrad, as ideias e estratégias para questão do ambiente foram perceptíveis e muito fortes nos trabalhos dos alunos. “De certa forma, o que se enxerga são propostas com algumas tecnologias – de bom uso para nós – e também um pensar muito forte sobre o que realmente se pode fazer para preservação do ambiente natural”, destaca Konrad, que integrou a comissão julgadora.

Os temas revelam, observa ele, um olhar para energia e resíduos. “Existe a preocupação dos jovens em relação aos temas da atualidade e que têm ligação direta com questões voltadas para o dia a dia.”

A inovação está presente na pauta e nos trabalhos. “Os alunos querem trazer esta inovação para discussão, vejo isso de forma muito satisfatória.” A inovação, ressalta Konrad, pode ser de cunho comportamental, das pessoas. “Isso sim pode refletir lá na frente em situações muito positivas, de preservar o ambiente natural como um todo.”

A bióloga Edith Ester Zago de Melo, coordenadora do Centro de Educação Ambiental de Lajeado, também participou da comissão julgadora dos projetos. “Me chamou a atenção o trabalho dos alunos em pensar em soluções para os problemas locais.” Edith constatou que as escolas de áreas mais urbanizadas se preocuparam, principalmente, com a questão dos resíduos. E as de áreas mais afastadas dos centros urbanos trabalharam questões relacionadas à recuperação de áreas degradadas, por exemplo. “Foi muito bacana ver a criatividade empregada para a resolução de problemas locais e o engajamento dos alunos e professores na discussão de temas relacionados à sustentabilidade. Quero parabenizar todos os envolvidos no concurso Viver Cidades.”

Ganhadores

Ensino Médio

  • 1° lugar
    Projeto:  Descarte correto de medicamentos
    Alunas: Eduarda Goetz Cardoso, Eloisa Paulina Gregory e Eduarda Gil da Rocha, Escola Estadual de Educação Básica Nicolau Müssnich, Estrela
  • 2° lugar
    Projeto: Canoa ecológica
    Aluno: Lucas Lottermann, Colégio Evangélico Alberto Torres, Lajeado
  • 3° lugar
    Projeto: Clima e tempo a partir de uma estação meteorológica experimental
    Alunas: Ana Paula Luzzy Vogt, Daniely Vitória Schwambach e Evelyn Scherer Escola Estadual de Ensino Médio Estrela

Ensino Fundamental

  • 1° lugar
    Projeto: Carrinho reciclável movido a água
    Aluno: Nicolas Koch, Escola Estadual de Educação Básica São Francisco, Progresso
  • 2° lugar
    Projeto: Carro de Lançamento
    Aluno: Vicente Ribeiro da Rocha, Heitor Aguiar Martins e Murilo Wendt, Colégio Martin Luther, Estrela
  • 3° lugar
    Projeto: Matemática divertida
    Alunas: Yasmin Emabuely Lenhart Oestreicher e Franciele Elisabete Alves, Ensino Fundamental Frei Henrique de Coimbra Santa Clara do Sul

Escolas

  • Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo (GA)
  • Centro de Ensino Fundamental Leonel de Moura Brizola (Cemef)
  • Escola Estadual de Ensino Fundamental Severino José Frainer
  • Escola Estadual Ensino Médio Gomes Freire de Andrade
  • Escola Municipal de Ensino Fundamental Leopoldo Klepker

Palestra foi ministrada pela Jornalista Natália Richter (Foto: Luciane Ferreira)

Seminário propõe reflexão sobre o futuro

O seminário “Que ambiente queremos para o planeta?” revelou e premiou os vencedores em cada categoria. O evento ocorreu no auditório 11 da Univates, em 10 de maio.

A programação contou com a palestra da jornalista Natália Richter sobre o tema “Qual o meu papel
enquanto jovem?”. Natália é voluntária na organização não governamental Eco Pelo Clima.

O painel “Estratégias e Ferramentas para Melhorar o Ecossistema Regional, foi conduzido pela jornalista e secretária de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade de Estrela, Carine Schwingel.

A professora doutora em direito ambiental, Luciana Turatti; a superintendente de sustentabilidade ambiental da Corsan, Marluza Gorga; e o promotor de justiça titular da Promotoria Regional Ambiental, Sérgio da Fonseca Diefenbach, completaram o painel.

Estudantes, professores e demais convidados lotaram o auditório 11 da Univates na solenidade de premiação (Foto: Luciane Ferreira)

Escola é lugar de cuidar da natureza e do ambiente

Estudantes foram desafiados a apresentar soluções ambientais e criar peças com materiais recicláveis

No Concurso Viver Cidades, os jovens do ensino médio foram desafiados a apresentar soluções ambientais que pudessem ser aplicadas nas escolas, empresas e instituições. Para as turmas de 6° ao 9° ano, a proposta era criar peças com materiais recicláveis.

Os jurados consideraram inovação, sustentabilidade, ineditismo, originalidade, aplicabilidade, entre outros critérios, para avaliar os projetos.

A premiação totalizou o equivalente a R$ 25 mil: R$ 5 mil para o primeiro lugar em cada categoria de estudantes, R$ 3 mil para o segundo e R$ 2 mil para o terceiro colocado.

Na categoria escolas, a comissão julgadora apontou cinco instituições pelas ações ambientas. Não houve classificação, as cinco ganharam prêmios equivalente a R$ 1 mil. Confira os projetos vencedores.

Centro de Educação Básica Gustavo Adolfo (GA), Lajeado. Projeto: O lugar onde eu vivo

Foto: Luciane Ferreira

O projeto “O lugar onde eu vivo” foi iniciado no ano de 2022 com as turmas de 1° ano do ensino médio concomitantemente com a implementação do Novo Ensino Médio.

Conforme a professora Luciana Fernandes, os estudos começaram com a observação da produção de resíduos sólidos, que resulta na poluição sólida.

O trabalho saiu do ambiente escolar e alcançou a cidade. Conforme o grupo foi avançando nas pesquisas, o trabalho chegou ao impacto do lixo no planeta. As saídas a campo contemplaram a visita à Ecovates (central de resíduos da Univates) e ao aterro sanitário de Lajeado, localizado no bairro Conventos.

A partir das observações nas visitas, o grupo desenvolveu estudos sobre questões sociais emergentes. A professora Luciana conta que, ao saber do impacto causado pelo lixo, os estudantes demostraram preocupação.

Os estudos passaram a abordar a poluição gasosa. Os jovens tinham interesse em saber sobre a emissão dos carros, então realizaram pesquisaram sobre a queima de combustíveis fósseis, movimento e forças, dentre outros objetos do conhecimento. Neste ano, o projeto avançou para o estudo da poluição das águas. O fechamento desse tema será a viagem de estudos no final do ano.

“Muitos debates aconteceram a partir dos temas que estudamos. Os estudantes foram, e são, muito proativos na busca por soluções”, finaliza a professora.

Centro de Ensino Fundamental Leonel de Moura Brizola (Cemef), Teutônia. Projeto: Cemef Sustentável: cuidando e preservando vamos escrever um novo futuro

Foto: Luciane Ferreira

O Centro Municipal de Ensino Fundamental Leonel de Moura Brizola (Cemef), em Teutônia, atende crianças de 6 a 12 anos no contraturno escolar. O projeto Cemef sustentável: cuidando e preservando vamos escrever um novo futuro envolve diversas ações com a participação dos mais de 300 estudantes. Horta com temperos, chás e alimentos da estação (alface, aipim, etc), produção de frutas no pomar e plantio de árvores nativas no entorno da instituição são alguns exemplos. As oficinas de artesanato incentivam a reutilização e economia de materiais.

Este ano, com a crise hídrica, a atenção foi voltada ao consumo consciente de água, de modo a manter a horta e mais de 40 árvores recém-plantadas. Direção, equipe pedagógica e professores constatam que as ações simples, incorporadas à rotina de cada aluno, tiveram repercussão na vida familiar e criaram hábitos coletivos.

Outro ponto destacado foi a Oficina Meio Ambiente e Práticas Sustentáveis, que tem o propósito de desenvolver nos estudantes o pertencimento à Terra, a reconexão com a natureza e consigo, com práticas de percepção ambiental, conhecimentos sobre alimentação saudável, plantas medicinais para o autocuidado e à saúde.

Escola Estadual Ensino Médio Gomes Freire de Andrade, Teutônia. Projeto: Dando vida ao isopor

Para contribuir com a preservação do meio ambiente, a escola mantém a prática de recolher e dar a destinação correta a alguns materiais recicláveis. A inserção de disciplinas no Novo Ensino Médio impulsionou a comunidade escolar a ampliar esta ação e incluir o isopor na lista itens reaproveitáveis. O material é considerado um dos maiores poluidores do planeta.

Depois de coletar peças nas lixeiras do comércio local, os alunos, com a supervisão dos professores Débora Juffo, de biologia, e Eric Krug, de Língua Portuguesa, começaram a colocar a mão na massa.

O isopor foi ralado com ralador doméstico e escovão de ferro. Depois, misturado ao cimento e à água. Para fazer as formas, o grupo utilizou caixas de leite, potes de nata, copos plásticos e madeira. Depois de uma semana de secagem, as peças foram desenformadas e então finalizadas com pinturas de decorações. Vasos e tijolos decorativos estão entre as peças produzidas.

Escola Municipal de Ensino Fundamental Leopoldo Klepker, Teutônia. Projeto: Leopoldo Klepker Sustentável (LKS)

Foto: Luciane Ferreira

O planeta vive um momento ímpar em termos de degradação ambiental de todas as ordens. Atinge os mais variados recursos ambientais, como água, solo e atmosfera, além das condições sociais e econômicas da população. A diretora Evanete Inês Horst Grave e o professor e biólogo Evandro Biondo acreditam que aliar e harmonizar o tripé sociedade – meio ambiente – economia é uma das portas de saída para a resolução dos problemas ambientais e sociais. A reflexão levou à criação do projeto Leopoldo Klepker Sustentável (LKS).

A escola se transformou em uma “mini sociedade” Criou-se então uma moeda ecológica para ser distribuída aos estudantes como forma de incentivo às boas ações ambientais. De posse da moeda ecológica, eles podem gastá-la da forma que julgarem mais adequada, adquirindo produtos que estarão à disposição. Dessa forma, os pontos acumulados durante as ações podem ser transformados em prêmios para as turmas e aos estudantes. Recolhimento e venda de recicláveis, por exemplo, somam pontos. A escola contou com diversos parceiros para realizar o projeto, que mobilizou estudantes de todas as idades, cada um fazendo ações de acordo com sua idade e capacidade.

Escola Estadual de Ensino Fundamental Severino José Frainer, Marques de Souza. Projeto: Amendoim forrageiro: combatendo a erosão

Foto: Luciane Ferreira

Linha Atalho, onde fica a escola Severino José Frainer, tem uma topografi a bastante irregular. A própria escola foi construída em vários pavimentos. Barrancos, subidas e descidas são propícios para erosão. Vendo o problema se agravar, especialmente no entorno da escola, direção e colaboradores começaram a estudar formas de combater a erosão. Para tanto, conta a diretora Simone Zambiazi, foram pesquisadas várias soluções até encontrar uma que se
adequasse à escola.

O cultivo do amendoim-forrageiro na área da instituição solucionou o problema. Diante do resultado, o projeto foi ampliado para outras áreas atingidas pela erosão. Direção, professores, alunos e seus familiares colaboraram no cultivo. Além de combater o problema no entorno da instituição e nas propriedades rurais, o amendoim-forrageiro se tornou fonte de alimento para os animais e incentivo ao ajardinamento sustentável.

Primeiro lugar rende o sonhado notebook

Estudante do 7° ano criou carrinho reciclável movido a água.

Foto: Luciane Ferreira

Nicolas recebeu o prêmio pela conquista do 1° lugar na categoria ensino fundamental

Nicolas Koch, 12, estava planejando com a família a compra de um notebook. “Talvez usado, talvez daqui a algum tempo.” Ele não imaginava que o projeto de um carrinho movido a água seria o passaporte para ter um notebook novinho em folha. Nicolas está no 7°  ano na Escola Estadual de Educação Básica São Francisco, em Progresso.

Ele conta que gosta de criar objetos. “Gosto da área de programação, de criar novas possibilidades, ajudar pessoas, acho muito importante.” Para o I Concurso Viver Cidades, ele criou um carrinho com materiais recicláveis movido a água.

A ideia surgiu a partir de pesquisas e conversas com mãe, Rosane. O pai, Flávio, ajudou a reunir os materiais. No teste, o carrinho foi reprovado. “O primeiro não deu muito certo. Descobrimos que os canos eram pequenos, não ia funcionar, não ia rodar”, lembra Nicolas.

Como todo projeto começado do zero tem chance de erros e acertos, o inventor não desanimou. CDs, canos de PVC, ajustes daqui e dali, e o novo carro funcionou. Não só isso, rendeu o primeiro lugar no concurso.

Sobre o futuro, Nicolas diz que ainda não há nada definido. “Gosto de programação,” revela. O certo é que, com os R$ 5mil de premiação, ele tem o sonhado notebook para continuar suas pesquisas e decobertas.

Desenvolvimento pessoal

A professora de ciências, Bernadete Theves Carissimi, soube no concurso por meio do Jornal A Hora. Logo lançou o desafio aos alunos da Escola Estadual de Educação Básica São Francisco, em Progresso. E as turmas aceitaram bem a ideia. “Criar um projeto e concorrer contribui para o desenvolvimento pessoal e intelectual, sempre buscando preservar o meio ambiente.” Para Bernadete, é na escola que se plantam as sementes de conscientização. Temos a possibilidade de incentivar os estudantes a buscar soluções aos problemas que já existem e aos que vão surgir.”

Sobre o prêmio conquistado pelo aluno Nicolas, a professora conta que recebeu a notícia com grande emoção. “É muito gratificante para toda a escola.

Estudantes da categoria Ensino Fundamental receberam um total de R$ 10 mil em prêmios

Construir, reaproveitar e brincar

Vicente, Heitor e Murilo criaram brinquedo utilizando como material base a madeira. Segunda colocação rendeu o prêmio de R$ mil para o trio do CML

O carro de lançamento é um brinquedo que induz os competidores a pensar estratégias para alcançar a distância estipulada, sem sair da rampa. O número de jogadores dependerá de quantos colegas quiserem se reunir para participar.

O brinquedo foi criado pelos estudantes Vicente Ribeiro da Rocha, Heitor Aguiar Martins e Murilo Wendt. Eles estão no 7° ano, no Colégio Martin Luther, de Estrela.

O modelo tirou o 2° lugar no Concurso Viver Cidades, categoria ensino fundamental. A rampa e os carros são de madeira. Um anel de borracha é usado para impulsionar os carrinhos. Vence quem consegue chegar mais longe.

Na ficha de inscrição para o concurso Viver Cidades, os adolescentes citaram como objetivos do projeto: construir uma rampa para carrinhos de madeira; estimular o movimento motor em crianças até 12 anos; estimular a criação de estratégias e assertividade dos lançamentos; e analisar a possibilidade e a probabilidade de lançamento e deslocamento dos carinhos.

A invenção do trio foi lançada longe, alcançou o 2° lugar no pódio do Concurso Viver Cidades.

Matemática pode virar diversão

Roleta e peças móveis compõem uma das peças do jogo

Essencial para diversas atividades profissionais, a matemática é uma disciplina que, para muitos, é um grande desafio. Introduzir o uso de jogos no ensino da matemática e incentivar os alunos a gostarem da disciplina são alguns objetivos do projeto Matemática Divertida, 3° lugar no Concurso Viver Cidades.

As estudantes Yasmin Emanuely Lenhart Oestreicher e Franciele Elisabete Alves cursam o 9° ano, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Frei Henrique de Coimbra, de Santa Clara do Sul. A dupla criou jogos para facilitar a aprendizagem da matemática, despertar o interesse dos alunos e mudar a dinâmica em sala de aula.

Tampas de garrafa pet, caixa de ovos, percevejos e papelão foram utilizados para fazer um tabuleiro, duas roletas e peças móveis. Com o desenho de tabuada, é só começar a jogar. O primeiro jogador gira as duas roletas, multiplica os números indicados e diz o resultado. Se estiver correto, o jogador avança uma casa. Se errar, fica no lugar e consulta a resposta certa na tabuada.

Professora lança o desafio e projeto fica em 1° lugar

Pesquisa aponta o desconhecimento sobre descarte de medicamentos.

Eloísa, Eduarda Gil e Eduarda Cardoso se surpreenderam com a  primeira colocação

Em março deste ano, a professora Carmela Collin Caye recebeu um cartaz de divulgação do I Concurso Viver Cidades. Bióloga de formação, viu a possibilidade de envolver estudantes em pesquisa voltada ao meio ambiente. Eduarda Goetz Cardoso, 17, Eloísa Paulina Gregory, 18, e Eduarda Gil da Rocha, 17, aceitaram o desafio. As três alunas estão no 3° ano no ensino médio da Escola Estadual de Educação Básica Nicolau Müssnich, de Estrela.

As jovens, orientadas pela professora, escolheram o tema descarte de medicamentos e logo partiram para pesquisa. Ouviram 50 pessoas: familiares, amigos, colegas. Os grupos de WhatsApp e o fato de as três morarem no bairro Boa União facilitaram a coleta de dados.

O resultado foi surpreendente: 75% dos entrevistados não sabiam como deve ser feito o descarte de medicamentos e suas embalagens, como os blísteres e os frascos. De pronto, confeccionaram caixas coletores com a devida identifcação e colocaram na escola. Passadas a surpresa e a euforia do primeiro lugar, as jovens comentam que a pesquisa proporcionou saber quais danos o descarte incorreto pode causar ao meio ambiente.

As sobras que ficam nos blísteres e os medicamentos vencidos ou dentro da validade podem contaminar o solo e a água. Nos mananciais, pode haver um desequilíbrio nas espécies, nascendo, por exemplo, mais anfíbios e peixes machos e menos fêmeas. “Nos Estados Unidos, alterações hormonais significativas causaram mudança genética e, por consequência, a extinção de determinada espécie”, destaca Carmela.

Classificação Eduarda Gil e Eduarda Cardoso estavam no evento de premiação e lembram da alegria e ao mesmo tempo da sensação de incredulidade de terem conquistado o primeiro lugar. No trabalho, Eloísa recebeu a notícia pelo Whatspp. “Eu perguntei várias vezes se era verdade mesmo.” Eduarda Cardoso conta que não imaginava ter um destaque tão grande, afinal, separação de resíduos não é uma novidade. Entretanto, as estudantes perceberam que disseminar o conhecimento, orientar as pessoas e evitar poluição ambiental tem grande valor.

Para a professora Carmela Collin Caye, o reconhecimento e o prêmio são importantes. “É o nome da escola pública que tem destaque.” Também representam grandes conquistas, engajamento à causa ambiental e ao projeto proposto.

Prêmio

As jovens ganharam um vale-compra no valor de R$ 5 mil e dividiram o prêmio. Eduarda Cardoso e Eloísa estão de celulares novos. Eduarda Gil acrescentou um valor e agora tem um notebook.

Frio ou calor, a observação climática é diária

As meninas do tempo do Médio Estrela pesquisam as mudanças climáticas

Elas são as meninas do tempo na Escola Estadual de Ensino Médio Estrela. Ana Paula Luzzy Vogt, Daniély Vitória Schwambach e Evelyn Scherer, com a participação de Thaís Roberta Mendes de Lima e Franciele Freitas de Lima, desenvolvem o projeto Clima e Tempo, a partir de uma Estação Meteorológica Experimental. O estudo, a pesquisa e a prática levaram o grupo a conquistar o 3o lugar no Concurso Viver Cidades, motivo
de orgulho para a professora orientadora, Bruna Lucia Laindorf.

O trabalho tem os objetivos decompreender o funcionamento dos instrumentos meteorológicos que determinam as variações do tempo. Além disso, busca mensurar os índices de temperatura, pluviosidade, umidade, orientação geográfi ca, velocidade e direção dos ventos, localmente, por períodos de tempo determinados, inferindo médias climáticas a partir do acompanhamento diário na escola.

A temática fi ca cada vez mais evidente,frente às discussões acerca das mudanças climáticas e a contribuição humana para o atual cenário. Na defesa do projeto, é citada a Constituição Federal (1988), art. 225. “Todo cidadão tem direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, com condições plenas para uma vida saudável e digna.”

Nesse sentido, o acesso às informações sobre o ambiente onde vive é imprescindível para a formação de
cidadãos conscientes e atuantes, assim como para consequente construção dos conhecimentos de mundo, tornando-os mais participativos, independentes, responsáveis e preocupados com o
meio ambiente.

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