“Aqui, todos me respeitam”

ABRE ASPAS

“Aqui, todos me respeitam”

A lajeadense Carine Martins, 44, é a primeira mulher da história a ocupar o cargo de chefe da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que tem sede no município. O convite surgiu pelos anos de experiência administrativa e de gestão, além da necessidade de representatividade feminina na instituição

Por

“Aqui, todos me respeitam”
Crédito: Divulgação
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Como foi a sua trajetória até chegar na PRF?

Basicamente, eu era concurseira. Me formei em direito e segui trabalhando na empresa onde eu estava, que também era a PRF, na área jurídica. Eu era terceirizada na sede de Porto Alegre desde 2003. Comecei como estagiária e depois fui contratada por uma empresa terceirizada. A partir daquele momento, eu já conhecia a PRF e já tinha interesse em atuar na área. Já conhecia bastante a legislação de trânsito. Então, em 2008, sai da empresa para estudar para concurso e em 2009 fiz a prova para a PRF e passei. O concurso ficou parado por três anos e ingressei em 2012.

Sua primeira atuação foi em Lajeado, certo?

No primeiro período da PRF, no primeiro ano de atividade, eu trabalhava no operacional, em Lajeado. Depois disso, por questões de logística familiar, porque meu marido também é da PRF e viajava bastante, passei a trabalhar no administrativo da 4ª Delegacia, para também ter mais disciplina com a nossa filha que tinha cinco anos.

Como foi o convite para ser chefe da 4ª Delegacia de Polícia?

Passei por três chefias e, há três anos, em 2020, fui convidada para trabalhar no gabinete, em Porto Alegre. Eu queria mudar um pouco, já estava há anos trabalhando no administrativo. Fui trabalhar no gabinete e tive uma visão macro de todo o estado. Tem muitas demandas. Fiquei lá nos últimos três anos. Eu não estava esperando o convite para ser chefe.

Foi uma surpresa. Mudou a gestão a nível nacional e o novo superintendente entrou em contato comigo justamente nessa visão de incluir mais mulheres na gestão, para ter essa representatividade. Como eu tinha essa experiência de gestão, por trabalhar junto com a chefia, tinha experiência administrativa também, foram esses motivos que fizeram ele me convidar. E eu aceitei por ser mais um desafio. Achava que estava apta para o cargo que ocupo há dois meses.

Como é ser mulher nesse meio?

Um dos motivos de ter aceitado, foi porque eu já conhecia o efetivo da 4ª Delegacia. É excelente. Não visualizo nenhum tipo de preconceito ou discriminação pelo fato de ser mulher. Pelo menos nunca tive esse problema. Existe uma preocupação inicial, a dúvida se vamos ser respeitadas. Mas aqui, todos me respeitam. Conversamos abertamente sobre todas as dúvidas, acredito que tenho apoio nesse sentido. O que acontece é que acabamos nos cobrando mais. Mas acredito que tenho conseguido administrar essas coisas.

Estar à frente do cargo também significa representatividade para outras mulheres. Como você percebe esse exemplo?

As mulheres se sentem representadas e alguns homens entendem a importância da representatividade feminina na PRF.

Acompanhe
nossas
redes sociais