Trabalho com as comunidades para formar novos líderes

CADERNO DOS BAIRROS

Trabalho com as comunidades para formar novos líderes

Substituto da antiga Uambla, o Centro de apoio aos bairros busca consolidar atuação e manter canal aberto com o município. Renovação é o principal desafio nas localidades.

Por

Atualizado quarta-feira,
14 de Abril de 2023 às 09:03

Trabalho com as comunidades para formar novos líderes
Henicka: liderança do Centenário também responde pelo Centro de Apoio aos Bairros
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Com a criação do Jardim Botânico, Lajeado passa a ser dividida em 28 bairros legalmente constituídos. Destes, quase todos contam com associações de moradores ativas. Entre os nomes que comandam esses grupos, há pessoas com longa atuação comunitária. A falta de renovação, porém, surge como um entrave para o fortalecimento dos bairros.

Projetar novos líderes é um dos principais objetivos do Centro de Apoio às Associações de Moradores. A entidade herdou o legado da antiga União das Associações de Moradores dos Bairros de Lajeado (Uambla), que deixou de existir há cerca de dois anos. Trata-se de um trabalho de “formiguinha”, feito de comunidade em comunidade.

Presidente da Associação de Moradores do Bairro Centenário há cinco anos, Rodrigo Henicka assumiu o desafio de liderar o Centro de Apoio. Um dos pontos positivos destacados por ele é o fato de, hoje, quase todas as associações estarem ativas. Apenas a do bairro Planalto está sem presidente.

“Nossa ideia é fazer um conselho municipal das associações. Mas não paramos por conta disso. Hoje, temos entidades fortes e, as que necessitam de eleição, estão fazendo. Temos feitos encontros com alguma periodicidade, a última há dois meses”, comenta Henicka. Entre as associações com pleito marcado, estão a do Centro Histórico e a do bairro São Bento.

Amadurecimento

Para Henicka, o surgimento de novas lideranças nas comunidades é essencial até mesmo no diálogo com o poder público para atendimento das demandas. “Há bairros que precisam disso, de novas pessoas à frente. E as associações necessitam de respaldo do poder público. Isso, de certa forma, têm acontecido. Melhorou muito essa conversa, mas as vezes se exigem mais resultados”.

Na avaliação dele, é importante que ocorra um amadurecimento das comunidades para que se apontem caminhos. Cita o exemplo do bairro Conservas, onde houve um acordo para criação de uma área verde aos moradores na rua Delfino Costa.

“Agradou os dois lados da situação. São coisas assim que indicam um amadurecimento. O poder público nem sempre vai agradar todo mundo, mas tem buscado fazer isso. Essa questão da área verde é algo em que a maioria da população se sente beneficiada”.

ENTREVISTA • RODRIGO HENICKA, PRESIDENTE DO BAIRRO CENTENÁRIO

“É uma grande promoção do diálogo”

A Hora: Como as associações podem se envolver em debates relevantes ao futuro do município?

Rodrigo Henicka: De início, elas precisam tomar a frente em questões importantes relacionadas aos bairros. Essa área do Centenário (local da foto) foi uma mobilização dos moradores. Nós tomamos a frente junto deles e fomos atendidos. Ninguém faz nada sozinho. Às vezes demora um pouco, mas são coisas que ocorrem em virtude do amadurecimento das ideias. Quando esses fatores estão unidos, as coisas caminham para frente.

AH: O projeto do A Hora com a Imojel busca também criar um novo canal para as associações de moradores. Como você avalia esta iniciativa de se aproximar ainda mais dos bairros?

Henicka: O povo hoje está muito acomodado dentro de casa. Então, precisamos chegar neles. Os presidentes de bairros são quase vereadores não-remunerados. Não ganham nada para fazer isso, bem pelo contrário. Às vezes tiram do próprio bolso. Então, considero esse projeto uma forma de tirar um pouco o pessoal da zona de conforto e acordar para um debate saudável, para que as reivindicações não fiquem só na boca deles. É uma grande promoção do diálogo.

AH: Num contexto geral, qual o debate mais necessário para a cidade hoje?

Henicka: Devido a essa questão de cada vez mais Lajeado ser dividida em setores, creio que a grande reclamação a aparecer será da saúde. Existem temas menores, mas a saúde precisa ser enfatizada, ter um olhar mais macro. Aqui no Centenário, por exemplo, se ocorre algo urgente, temos que levar para onde? Ao Centro ou à UPA, e tem que optar para ver em qual demora menos por conta do trânsito. Precisamos de uma estrutura maior para esse lado da BR. Nossa região tem cinco bairros e só um posto de saúde, no Olarias

Os presidentes das associações de moradores

  • Alto do Parque: Luciano Giongo
  • Americano: Adair Ruppenthal
  • Bom Pastor: Adriano Ripplinger
  • Campestre: Jones Barbosa da Silva
  • Carneiros: Carlos Alberto Ruschel
  • Centenário: Rodrigo Henicka
  • Conservas: Claudiomir Coutinho
  • Conventos: Daiane Knecht
  • Floresta: Jaime Borger
  • Florestal: Sadi Marques
  • Hidráulica: Roberto Petuco
  • Igrejinha: Cleber Adriano de Castro
  • Imigrante: Airton Vollmer
    Jardim do Cedro: Marino Barcé
  • Moinhos: Tânia Dossena
  • Moinhos D’Água: Paulo Roberto Schneider
  • Montanha: Mário Carlos Schmidt
  • Morro 25: Edson Luis de Castro
  • Nações: Carlos Rodrigues da Silva
  • Olarias: Jardel Italo Zanrosso
  • Planalto: *
  • Santo André: Mariane Schuster
  • Santo Antônio: Cristiane da Rosa
  • São Bento: Lisete Heissler
  • São Cristóvão: Desmar Dente
  • Universitário: Mara Goergen

(*) Sem presidente

Não-bairros:

  • Centro Histórico: Jean Amorim
  • Loteamento dos Médicos: Antônio Rodrigues de Oliveira
  • Verdes Vales: Adão Nunes

Acompanhe
nossas
redes sociais