Emater aponta perdas de 28% na soja e 33% no milho na região

ECONOMIA

Emater aponta perdas de 28% na soja e 33% no milho na região

Seca reduz produtividade das lavouras e interfere sobre os custos para alimentação dos animais. Perspectiva de chuvas mais regulares pode estancar prejuízos.

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Emater aponta perdas de 28% na soja e 33% no milho na região
Continuidade de chuvas mais regulares pode estancar prejuízos no campo e, até mesmo, melhorar produtividade na lavoura de soja (Foto: Filipe Faleiro)
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Relatório da Emater-Ascar/RS aponta perda na produtividade das lavouras locais, em especial no cultivo de milho e de soja. O levantamento considera a área plantada e a perspectiva de colheita desde o início do plantio. Considera dados de julho do ano passado até fevereiro.

“Tivemos patamares semelhantes ao visto no nosso estado, com melhores resultados no milho/ grão”, avalia o gerente regional adjunto da Emater, Carlos Lagemann.

De acordo com ele, há produtores da região que antecipam o plantio do grão, inclusive para fazer um segundo cultivo a partir de dezembro. Esse foi o motivo às perdas terem sido menores do que no restante do RS.

Na área de abrangência do Vale do Taquari, a quebra do milho/grão foi de 33%. Já em todo o estado, atingiu 41%. “Em áreas de várzea, o solo conseguiu segurar a umidade. Inclusive tivemos uma colheita muito boa, com uma produção de muita qualidade.”

Já na soja, a média gaúcha e da região ficaram muito próximas. No RS, as perdas foram de 31%. Enquanto no Vale do Taquari foram de 28%. De acordo com Lagemann, caso as chuvas dos últimos dias permaneçam, os prejuízos no campo estancam. “No milho o que foi perdido não recupera mais. Agora, na soja, é possível alguma reversão.”

Com relação ao milho silagem, destinado só para alimentação do gado leiteiro e de corte, o plantio tardio, a partir de dezembro, interferiu muito sobre a produtividade. Pelo diagnóstico do escritório regional, a quebra nas lavouras passou dos 37,5%. “O agricultor, sem dúvida, vai precisar incorporar outras fontes de nutrição aos animais. O custo de produção ficará mais alto”, diz o gerente da Emater.

Impacto econômico

Dos 38 municípios da região, 34 decretaram emergência em razão da falta de chuvas, contabiliza a Defesa Civil do Estado. Do total de laudos encaminhados, 24 foram avaliados e aguardam homologação pelo governo federal.

O procedimento é fundamental para os municípios obterem apoio dos executivos estadual e nacional para mitigar os efeitos da seca. Os recursos podem ser usados tanto para distribuição de água às famílias, cestas básicas, prorrogação de parcelas de crédito rural e recursos emergenciais para abertura de poços e cisternas.

No Vale do Taquari, a estimativa dos prejuízos ultrapassa os R$ 470 milhões. Pelo RS, são 312 municípios com decretos de emergência homologados ou em análise. São mais de 5,8 milhões de habitantes prejudicados.

Análise climática

O fenômeno La Niña diminui os acumulados de chuva no RS. Conforme a Sala de Situação, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, percebe-se o enfraquecimento deste fenômeno.

Com isso, se estima o retorno gradual das chuvas. Apesar de ainda acontecerem de forma irregular, algumas regiões devem registrar acumulados mais significativos ao longo de março.

Porém, após o longo período de estiagem, são necessários vários meses em sequência com acumulados de chuva dentro ou acima da média para para uma recuperação do quadro de escassez.

Situação das lavouras do Vale

Milho/grão

  • Quebra de 33%
  • Equivale a 64,8 mil toneladas
  • Área prevista: 33,8 mil hectares
  • Plantio em: 32,3 mil hectares

Soja

  • Quebra de 28%
  • Equivale a 22,9 mil toneladas
  • Área prevista: 26,7 mil hectares
  • Plantio em: 25,5 mil hectares

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