Sob influência do mercado internacional e variação do dólar, o preço da gasolina sofreu alta na segunda quinzena de janeiro. O percentual repassado às distribuidoras foi de 7,46%. Já nos postos de combustíveis a variação média registrada é de 3%. Diante do cenário, em Lajeado o litro da gasolina custa entre R$ 4,85 e R$ 5,20.
Para os próximos dias a expectativa é sobre a definição da tributação. No início do ano o governo federal prorrogou até 28 de fevereiro a isenção de PIS/Cofins e Cide. Outra medida que influencia no preço dos combustíveis é a redução da alíquota do ICMS no estado. Desde julho do ano passado, o percentual reduziu de 25% para 17%. No entanto, o governo gaúcho aguarda compensação da União.
Caso essas duas medidas sejam revogadas, o temor é pelo aumento imediato em pelo menos 10% no litro da gasolina. Como reflexo, a alta da inflação. De acordo com o economista Eloni Salvi, os gestores devem avaliar com muita cautela os aspectos da tributação. “Governo não tem margem para loucura.”
Uma eventual disparada nos preços do transporte deve refletir na economia como um todo. “As pessoas se movem por meio dos combustíveis. Isso representa inclusive o repique da inflação”, alerta Salvi. Na percepção do economista, os governos farão uma escolha cautelosa e se houver elevação de tributos será de forma gradual.
Outro fator que interfere no preço pago pelo consumidor brasileiro é a oscilação do mercado diante da guerra na Ucrânia. Conflito restringe o comércio e com a alta demanda na Europa, o preço do barril de petróleo segue em alta.
Variação nos postos
O preço da gasolina baixou 25% no decorrer de 2022. Já o litro do diesel sofreu alta de 23% no mesmo período. Conforme o presidente do sindicato do comércio varejista de combustíveis Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, o futuro dos valores para 2023 é incerto.
“Temos pela frente a definição sobre os tributos e também a troca da presidência na Petrobras. Essa mudança na gestão também traz um novo perfil para acompanhar o mercado”, observa Dal’Aqua. Segundo ele, os postos estão com a margem cada vez mais estreita e o estoque menor por conta das incertezas com o rumo dos preços.
Proposta em avaliação
O governo federal sinalizou que pretende retomar a cobrança de contribuições sociais sobre gasolina, álcool e querosene de aviação a partir de março. Mas, com o Congresso, ainda estuda uma forma de garantir a sustentabilidade da redução do imposto estadual, o ICMS, por meio de compensação aos estados.
O projeto de lei complementar em tramitação na Câmara busca tornar permanentes as desonerações feitas em impostos federais e estaduais. Proposta aprovada no ano passado proibiu a fixação de alíquotas de ICMS para combustíveis maiores do que as das operações em geral, ou cerca de 18%. Até então, os combustíveis pagavam alíquota equivalente às de produtos supérfluos, podendo chegar a mais de 30%.
