A arte como terapia: o poder do artesanato em mudar vidas e rotinas

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A arte como terapia: o poder do artesanato em mudar vidas e rotinas

Mulheres de Estrela contam como superaram momentos de depressão e ansiedade com auxílio da prática artesanal

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A arte como terapia: o poder do artesanato em mudar vidas e rotinas
Leda superou momentos difíceis após passar a dedicar sua vida à arte (Foto: Karine Pinheiro)
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“A arte me tirou da depressão”. Esse é o relato de Leda Sampaio Costa, de 69 anos, sobre o período após sua aposentadoria. A artesã conta que durante toda sua vida trabalhou com algum tipo de arte, mas passou a se dedicar inteiramente a isso há pouco mais de dez anos.

Quando parou de trabalhar nas escolas, devido à falta de contato com as pessoas, foi diagnosticada com depressão. Leda afirma que participar da Associação dos Artesãos de Estrela (Estrelart) possibilitou retomar o contato com o mundo externo e, por consequência, se sentir melhor.

Hoje, a artesã trabalha com biscuit e crochê e dedica sua vida também a se aventurar em novos tipos de arte. Ela destaca que os trabalhos manuais também auxiliam na concentração diária. “São manuseios delicados, temos que prestar atenção, mas o resultado é sempre ótimo” ressalta.

Hoje, a arte é usada como terapia como maneira de trabalhar a concentração e a expressão de sentimentos. A prática pode ser trabalhada como pinturas, desenhos, crochês e tricôs, entre outros trabalhos que estimulem a imaginação.

“Podemos empoderar as pessoas com a arte”

A presidente da Associação dos Artesãos de Estrela (Estrelart), Simone Wolker, começou a fabricar peças artesanais por hobby. No entanto, faz 20 anos que isso se tornou sua principal profissão. Atualmente, a artesã atua como instrutora nos Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Colinas e de Fazenda Vilanova.

A presidente percebe, nestes espaços, como a arte muda de forma positiva a vida das pessoas e auxilia na autoestima. “Os alunos ficam orgulhosos por algo que eles produzem. Isso faz as pessoas se sentirem úteis”, destaca.

As práticas de pinturas em madeira e patchwork foram um marco na vida da artesã. Antes, ela considerava uma pessoa agitada e nervosa, mas, a partir do momento que se dedicou ao artesanato, aprendeu a canalizar esses sentimentos. “É algo que tem que ter paciência e calma. Hoje não me imagino longe”, afirma.

Ela destaca que sua melhor decisão foi trocar as paredes do escritório para expandir sua criatividade pelas suas peças. Recentemente, para reforçar a importância de seu trabalho, foi reconhecida com prêmio estadual. Há cerca de 10 anos, ela se dedica a Estrelart, sempre em busca de levar a arte para a vida das pessoas.

A professora aposentada Reni Maria Wathier, 72 anos, frequentou feiras artesanais e, essas visitas, despertaram sua curiosidade acerca do assunto. Há mais de 10 anos ela dedica suas manhãs na produção de peças de madeira, como casinhas para pássaros, guirlandas decorativas e porta celulares. Para ela, o início no artesanato também se deu após a aposentadoria.

Hoje, Reni possui um ateliê em casa e busca inovar seus produtos. “Faço o porta celular em madeira porque hoje é útil e as pessoas precisam, tem até espaço para encaixar o cabo de carregador”, explica a professora.

Hoje, a Estrelart possui cerca de 20 associados. A associação, criada em 1993, é pioneira no ramo em Estrela. O espaço se mantém aberto para que novos artesãos apresentem suas habilidades.

O grupo possui um espaço de exposição na Praça Menna Barreto, e com frequência participam de feiras e eventos.

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