Mais segurança para colaborar com a reciclagem em Lajeado

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Mais segurança para colaborar com a reciclagem em Lajeado

Papeleiros de Lajeado recebem coletes reflexivos e placas nos carrinhos para trabalhar no centro com mais segurança

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Mais segurança para colaborar com a reciclagem em Lajeado
Davi percorre as ruas centrais com um olho nas lixeiras e o outro no trânsito (Foto: Luciane Eschberger Ferreira)
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Com sorriso no rosto e “grato a Deus por ter saúde para trabalhar”, Otávio Fernandes dos Santos, 57, conhecido por Davi, sai cedo de casa, no Jardim do Cedro, para recolher papelão e outros recicláveis. Percorre, diariamente, as ruas do bairro Moinhos e do Centro.

Ele, assim como dezenas de colegas, aventura-se com seu carrinho de propulsão humana no trânsito de Lajeado, atualmente com uma frota de 72 mil veículos, segundo dados do Detran.

Basta circular pelas ruas centrais, ou até mesmo nos bairros, para verificar o crescimento na quantidade de pessoas puxando carrinhos com recicláveis. O aumento também chamou a atenção do governo de Lajeado.

Conforme a química industrial e servidora da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Gabriela Roehrs, percebeu-se, durante a pandemia, mais pessoas coletando resíduos pela cidade. A maioria puxa carrinhos, mas há os que utilizam caminhão e automóvel.

Diante da situação, a administração iniciou o projeto “Trabalhadores da Coleta Seletiva”. Um antigo cadastro de catadores foi reativado e atualizado. Davi é um dos trabalhadores cadastrados. Ele outros 12 colegas receberam, recentemente, coletes reflexivos e placas para colocar em seus carrinhos de coleta.

A atividade ocorreu no auditório do Jardim Botânico de Lajeado. O agente de trânsito Alexandre Fransozi deu instruções para garantir a segurança de todos que trafegam pelas ruas.

As orientações foram importantes, porque os acidentes acontecem. “Hoje mesmo (no dia em que Davi foi entrevistado), um carro bateu em mim. Não me machuquei, só deu um solavanco. O motorista arrancou brabo.” Outra vez, um condutor mexia no telefone, Davi percebeu e desviou, mas o veículo bateu no espelho de um carro estacionado. “Escapei por pouco.”

Grupo de recicladores cadastrados participam de palestras sobre trânsito, empreendedorismo e armazenamento (Foto: Luciane Eschberger Ferreira)

Formalizar para garantir direitos

O projeto “Trabalhadores da Coleta Seletiva” começou em outubro do ano passado. Diversas secretarias municipais se uniram para iniciar atividades com os recicladores. “Queríamos auxiliar de alguma forma. Consideramos este trabalho importante, porque amplia o índice de reciclagem no município”, destaca Gabriela Roehrs. Atualmente, Lajeado recicla apenas 3,2% do lixo doméstico recolhido.

A primeira ação foi uma palestra sobre empreendedorismo, com o Sebrae e a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag). Os participantes receberam orientações sobre como se formalizar, ter seu próprio negócio. “Tem muitas empresas de reciclagem que crescem. Com CNPJ, eles conseguem vender com preço melhor”, destaca. Além disso, caso se machuquem ou adoeçam, podem contar com benefícios previdenciários.

Davi participou do treinamento e considerou “interessante” poder se formalizar. Ele faz as contas do tempo de trabalho com carteira assinada, mas percebe que ainda faltam alguns anos para poder se aposentar. Como tem saúde para trabalhar, ainda não preocupa-se com o futuro.

No segundo encontro, a equipe da saúde abordou a armazenagem, para evitar a proliferação de mosquitos e outros vetores. O grupo também recebeu bags para armazenar os resíduos sem acumular água.

No último encontro, além dos coletes reflexivos, foram entregues as placas de identificação, contendo o número de telefone e os materiais que recolhem. As informações servirão para que as pessoas da comunidade ou comerciantes possam acioná-los se precisarem descartar recicláveis em maior volume e não quiserem esperar o dia da coleta seletiva de lixo.

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A moça do meio ambiente me ligou para saber o que era para escrever na minha placa. Eu disse: limpeza e meio ambiente. É isso que faço”, relata Davi.

Celular no bolso, está atento às ligações de pessoas que o chamam para recolher materiais. Quanto mais cheio o carrinho, melhor, porque a venda dos recicláveis é o seu sustento.

Ele garante que só é pesado para andar lomba acima. “A volta para o Jardim do Cedro é mais difícil, mas o resto, não.” E orgulha-se da decoração. “É o carrinho mais bonito de todos.”

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Novos cadastros

No site da prefeitura, na aba da secretaria de Meio Ambiente, é possível incluir novos cadastros de coletores de recicláveis. Uma nova turma receberá formação deve ocorrer e 2023.

O suporte para regularização é permanente. Os contatos podem ser feitos no setor de Educação Ambiental, pelo 3982-1099, que também é WhatsApp.


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