A incidência de dengue aumentou 43,2% no Vale do Taquari desde a semana passada. A região registrou 1.409 casos da doença nessa quarta-feira, na comparação aos 984 do dia 7. De acordo com o último boletim divulgado pela 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), 2022 já alcançou 95% do total de casos confirmados em todo o ano anterior.
A reportagem efetuou levantamento paralelo nessa quinta-feira, 14, e constatou números ainda maiores. Ao todo, conforme informações divulgadas pelos municípios, são 1.960 pessoas que tiveram diagnóstico positivo da doença desde o início do ano. Houve um aumento de 27,3% em relação aos dados da semana anterior, quando foram indicados 1.540 casos.
Em Lajeado, a Vigilância Epidemiológica divulgou um boletim em que o município registra 1.317 casos de dengue. O número representa 31,6% em comparação a última semana, quando o município registrou 1.001 casos. O Hospital Bruno Born (HBB) tem quatro internados pela doença. O estado de saúde não foi informado pela instituição.
O bairro com maior número de casos é o Florestal (189), seguido do Jardim do Cedro (108), Centro (95), Moinhos (94) e São Cristóvão (92). A Secretaria da Saúde do município reforça a importância dos cuidados na vistoria e eliminação dos possíveis criadouros.
ENTREVISTA | CRISTIANE PIMENTEL HERNANDES
“Não existe tratamento com antiviral específico”
Médica infectologista da Unimed Vales do Rio Pardo e Taquari, Cristiane Pimentel Hernandes fala sobre os sintomas da dengue e os perigos da evolução da doença.
A HORA – Em que ponto da evolução da dengue ela é caracterizada como hemorrágica?
Cristiane – A dengue é uma doença febril aguda, geralmente autolimitada, mas que pode evoluir para forma hemorrágica e grave. Os sinais de alarme, que sugerem uma evolução desfavorável são dores abdominais intensas e contínuas, vômitos persistentes, sangramento das mucosas ou em outros locais do corpo, pressão baixa, aumento do fígado e do baço, sonolência e irritabilidade.
– Qual o perigo de chegar na dengue hemorrágica?
Cristiane – A dengue hemorrágica, quando ocorre, geralmente aparece a partir do desparecimento da febre, entre o 3º e o 7º dia de início dos sintomas. Esta fase, chamada de crítica, pode evoluir para óbito entre 12 e 24 horas, se não tratada, ou pode ter uma recuperação rápida após o paciente receber o tratamento apropriado.
A demora no diagnóstico pode propiciar um agravamento no caso?
Cristiane – O diagnóstico da doença em si não modifica o prognóstico da infecção. Porém a identificação dos sinais de alarme é essencial para o início rápido da medicação adequada. Não existe tratamento com antiviral específico para a dengue.
Acompanhe nossas redes sociais: WhatsApp / Instagram / Facebook.