Governo solicita estudo para tornar facultativo o uso de máscaras no RS

Coronavírus

Governo solicita estudo para tornar facultativo o uso de máscaras no RS

Piratini deve decidir na próxima semana sobre fim da obrigatoriedade do acessório em ambientes abertos. Especialistas avaliam medida. Flexibilização já ocorre em algumas capitais do país

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Governo solicita estudo para tornar facultativo o uso de máscaras no RS
Foto: Arquivo/A Hora

Após quase dois anos, o uso de máscaras em ambientes ao ar livre pode deixar de ser obrigatório no território gaúcho. O Gabinete de Crise para Enfrentamento da Pandemia no Rio Grande do Sul encomendou junto aos técnicos do governo e ao Comitê Científico um estudo para flexibilizar a regra.

A intenção do Estado é mudar de obrigação para recomendação o uso de máscara em ambientes ao ar livre, algo que já foi adotado por algumas capitais e estados. Ontem à tarde, em comunicado nas redes sociais, o governo gaúcho informou que não há prazo para a análise do estudo e da possível mudança.

A tendência é de que o comitê se reúna na próxima semana para debater a viabilidade da proposta. O pedido partiu do governador Eduardo Leite, que está em viagem aos Estados Unidos e deve retornar somente na próxima semana.

Caso o governo opte pela flexibilização, será a segunda medida de impacto em relação ao uso de máscaras em duas semanas. Em 26 de fevereiro, um decreto foi publicado colocando o acessório como “recomendado” para crianças de 6 a 11 anos. A situação parou na Justiça, que manteve a obrigatoriedade.

Decisão própria

Para o secretário municipal de Saúde de Lajeado, Cláudio Klein, do ponto de vista epidemiológico, a máscara já não é mais necessária em ambientes ao ar livre. Ressalta que, como proteção individual, ela deve continuar sendo adotada sobretudo por quem for do chamado grupo de risco.

“Individualmente, cada pessoa avalia a sua necessidade, o seu risco. Quem, por decisão própria quiser usar, continua usando. Isso vale para qualquer doença. Hoje, a circulação do vírus vem em queda progressiva desde o fim de janeiro. Não só aqui, mas no Brasil inteiro”, ressalta.

Klein afirma que não há uma intenção de contrapor regra estadual neste momento. Por isso, o município vai aguardar os desdobramentos vindos do Estado. “Nós discutimos isso com o Marcelo (Caumo, prefeito) e o comitê. Mas não se justifica muito, por questão de alguns dias, emitir um parecer, nota ou decreto com regras locais só para criar conflito”.

Ontem, Lajeado registrou 178 casos ativos de covid-19, menor marca desde a primeira semana do ano. No ápice do surto, no fim de janeiro, haviam mais de 2 mil pessoas contaminadas pela doença simultaneamente.

Suporte

Médico infectologista que conduziu a pesquisa clínica da CoronaVac no Hospital São Lucas, em Porto Alegre, Fabiano Ramos alerta que a retirada da obrigatoriedade do uso de máscara deve vir acompanhada de outras medidas para evitar uma nova propagação do vírus.

Entre as ações, Ramos entende que é necessário aumentar a testagem e oferecer um diagnóstico mais rápido da doença. “E, claro, uma mudança de cultura, de consciência das pessoas. Quem tiver sintomas, tem que se afastar ou procurar o diagnóstico. Ainda mais que o inverno chega com outros vírus. São ações mais importantes do que simplesmente discutir se pode ou não tirar a máscara”, analisa.

O médico também reforça que os governos devem manter a prioridade na vacinação contra a covid-19. Ele integra um grupo que discutirá hoje, junto com o governo de Porto Alegre, a utilização do uso de máscara na capital.

Flexibilizações no país

• Ao menos seis capitais e o Distrito Federal flexibilizaram a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos. A recomendação ocorre em Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), São Luís (MA), Boa Vista (RR) e Manaus (AM). São Paulo e Teresina (PI) devem seguir o mesmo caminho;

• Estados como o Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Maranhão também regulamentaram a flexibilização das máscaras;

• A cidade do Rio de Janeiro retirou, na última segunda-feira, 7, a obrigatoriedade do acessório tanto ao ar livre quanto em ambientes fechados.

ENQUETE – O que você pensa sobre o uso de máscaras ao ar livre?

“Tenho a insegurança de saber quem está vacinado e quem não está. Convivo com pessoas que dizem não vão fazer a vacina. Será que não tem mais gente que circula pelas ruas e pensa assim? Isso causa um pouco de pavor”.
Sílvia Regina Vasconcellos

“Eu continuo usando a máscara, mas cada um deve saber o que é melhor para si. O vírus é perigoso, eu fiz todas as vacinas tento sempre usar máscara e não me aproximar tanto quando há alguém que não está usando”
José Antônio Santana

“Por mim poderiam retirar (a obrigatoriedade) pois muitas pessoas foram vacinadas e a maioria não usa máscara inclusive em eventos”.
Talita Palhano da Silva

“Acredito que pode liberar, tem muitas pessoas que não usam mesmo. Acho que a pandemia está mais controlada. Nas ruas, percebo que 70% das pessoas não utilizam”.
Juliano Bonfante

“O uso da máscara já passou do tempo, ela faz mais mal do que bem. Com duas ou três doses de vacina não é mais necessário. Usa quem quer e quem não quer não precisa”.
Jorge Hanauer


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