Vale do Taquari gera 62 mil toneladas de lixo a cada ano

Viver Cidades

Vale do Taquari gera 62 mil toneladas de lixo a cada ano

Custo para recolher e destinar os resíduos domésticos chega a R$ 24,8 milhões anuais

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Vale do Taquari gera 62 mil toneladas de lixo a cada ano
Cada cidadão de Lajeado gera, em média, 174 kg de lixo por ano

Cada habitante das 36 cidades do Vale do Taquari gera, em média, 174 kg de lixo doméstico a cada ano – 14,5 kg por mês, quase meio quilo por dia. Os números foram apurados a partir de pesquisa feita junto às administrações municipais, que informaram a quantidade de resíduos gerada, custo para coleta e destinação e local de descarte. Também foram considerados os dados do IBGE, que estima uma população de 358,8 mil habitantes no Vale.

Na cidade mais populosa, Lajeado, em 2021 foram geradas 21,2 mil toneladas de resíduos domésticos, o equivalente a 246,4 kg per capita, 41,6% acima da média regional. O custo para recolhimento e destinação chegou a R$ 8,48 milhões no ano passado, conforme dados divulgados pela Secretaria da Fazenda.

As questões que envolvem geração e destinação de resíduos sólidos domésticos pautou o primeiro debate do projeto Viver Cidades, na Rádio A Hora 102.9, no dia 26 de janeiro. Os mediadores John Willian Tedeschi e Bianca Mallmann receberam, no estúdio, o diretor da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Lajeado, Cassiano Black, a secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Teutônia, Lídia Margarete Müller Dhein, e a chefe do Serviço de Licenciamento e Fiscalização Ambiental de Dois Irmãos, Renata Padilha da Silva. A assessora da presidência da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Isa Carla Osterkamp, participou de Porto Alegre, via telefone.

Com o tema “Resíduos sólidos urbanos – desafios tecnológicos, políticos e econômicos”, os debatedores destacaram a importância da conscientização e educação em relação à geração e ao descarte do lixo doméstico.

A participação do cidadão é considerada fundamental para que as políticas públicas voltadas à destinação dos resíduos sejam eficazes. O lixo doméstico tem potencial de aproveitamento de 25% para reciclagem e 50% para compostagem. Somente os 25% restantes deveriam ser levados para os aterros sanitários.

Dois Irmãos, cidade considerada modelo em gestão de resíduos sólidos recicla 19%, índice considerado alto. Já Lajeado e Teutônia, os percentuais são 3% e 12%, respectivamente – quantidade aquém do que poderia ser reaproveitado. Entre as razões estão o descarte incorreto – sem separação do lixo seco do orgânico e a falta de lavagem básica das embalagens.

Conforme os debatedores, várias ações educativas são realizadas de forma permanente nas escolas e, em datas pontuais, envolvem a comunidade. Mas a atitude depende de cada um.

Modelos de coleta, reciclagem e descarte final diferem no Vale

Das 25 cidades do Vale que responderam à questão “O município tem coleta seletiva?”, 15 responderam não e dez, sim. Arroio do Meio e Pouso Novo devem avançar neste quesito, já que estão em fase de implantação. Encantado começou o recolhimento seletivo em este ano e espera reciclar 10% dos resíduos.

Quanto à destinação dos rejeitos, quatro municípios mantêm aterro sanitário  – Lajeado, Estrela, Relvado e Putinga. Teutônia está com capacidade esgotada e em processo de fechar a última célula.

A maioria das cidades tem serviço de coleta, triagem e destinação para aterros sanitários privados – todos licenciados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental  (Fepam).

A Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), em Minas do Leão, na região Carbonífera, é o principal destino do lixo doméstico do Vale. O complexo é considerado exemplo, pela Fepam, pelo tratamento dado aos resíduos sólidos, com separação do material reciclável, e pela geração de biogás a partir dos rejeitos. Entre as cidades que têm contrato com a CRVR estão Bom Retiro do Sul e Colinas. Ainda há contratos de prefeituras com o Aterro Sanitário Meioeste, em Candiota, na Campanha, e Planeta Reciclagem, de Serafina Corrêa.

Outra forma de destinação é levar os resíduos para centros de triagem. Lá, todo o lixo da cidade é aberto pelos funcionários, que separam o reaproveitável. O rejeito é novamente carregado em caminhões e levado para os aterros sanitários. É o caso de Imigrante, que tria em Capela de Santana e aterra em São Leopoldo. Nova Bréscia leva até Anta Gorda e de lá, para Victor Graeff. Santa Clara do Sul transporta para triagem em Arroio do Meio, e o rejeito é aterrado em Candiota. Cruzeiro do Sul tria em Lajeado, que faz transbordo do rejeito para Minas do Leão.


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