Perder alguém que a gente ama nunca é fácil. Não importa a idade, a distância e o tempo de convivência. A morte nem sempre é entendida, e muito menos aceita. Afinal, por que as coisas, os momentos e a vida precisam ter um fim?
Há aqueles que são levados de volta pra casa muito cedo. E nem sempre dá tempo de dizer adeus. Nestes casos, a ausência é um pouco mais barulhenta, e deixa as pessoas um pouco mais inconformadas.
Mas há aqueles que escolhem a hora de partir. Depois de uma vida bem vivida, de muitos planos, de uma família e uma velhice bem aproveitada, talvez estejam prontos para voltar pra casa. E, no tempo certo, depois de cuidar, amar e respeitar, temos que deixá-los ir.
Ter tempo para despedidas é um luxo, e é momento de dizer tudo aquilo que ainda possa ter ficado apenas na nossa cabeça e no coração. Mas é na certeza do fim que temos essa possibilidade de demonstrar o que sentimos pelo próximo dia após dia. Nem sempre o amor precisa de palavras. Mas, quando der, elas confirmam todos esses sentimentos.
E, mesmo depois do último abraço de despedida, a perda não se torna mais fácil, menos dolorida e mais tranquila, mas se torna mais leve. Os choros são de saudade, mas as angústias não existem mais.
Saber a hora de deixar alguém partir também é necessário. Para que quem estiver indo saiba que quem fica, vai estar bem. Não acredito que possamos nos preparar para momentos como estes. Mas, quando se faz tudo enquanto há vida, a morte não nos pega desprevenidos, com a culpa de não ter dito, feito ou vivido algo com alguém.
Afinal, o que ficam são as lembranças e as histórias. E quem não quer ser lembrado com sorrisos? Quando essa partida traz memórias positivas que, por sua vez, nos remetem a coisas boas, podemos ter certeza de que aquela vida valeu a pena. E, assim, juntamos fotos, roupas e forças para seguir em frente, mesmo com um pedacinho nosso faltando.
Boa leitura!
