Produtores encurralam funcionários da RGE

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Produtores encurralam funcionários da RGE

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A que ponto chegamos. Em Vespasiano Corrêa, onde 95% da economia gira em torno do setor primário e quando falta energia elétrica é um “Deus nos acuda”, produtores “encurralaram” os servidores da RGE no sábado passado, dia 1º de fevereiro. Isso mesmo.

Desesperados atrás do restabelecimento da energia, moradores receberam no pátio os profissionais da concessionária. Ao ouvirem que faltava ordem de serviço para religar e consertar a rede, produtores pegaram tratores e carretões e bloquearam a saída do veículo da RGE.

“Ou consertam nossa rede ou vocês não saem mais daqui”. Esta foi a condição imposta. Não demorou duas horas, lá estava um caminhão da companhia para fazer o que precisava ser feito para a energia elétrica voltar após longos cinco dias de prejuízos e sofrimento.

O caso é emblemático. Na semana anterior, bem lembramos, produtores de Colinas derramaram um balde de leite na porta da concessionária em Lajeado. Esse e o caso de Vespasiano não são protestos. São pedidos de socorro.

Se a RGE continuar “se lixando” para os municípios da região, os produtores despejarão leite em tanque nas portas das concessionárias e vai ter mais gente encurralada pelo interior. A paciência esgotou e a RGE precisa nos ouvir.

A propósito: A direção da companhia convocou a Amvat para reunião nesta terça-feira, na sede em São Leopoldo. Querem apresentar um plano de melhorias. Vamos esperar.


Investir mais na merenda escolar é combater a fome

De 30 para 80 centavos. Este é o aumento anunciado pelo governador Eduardo Leite na merenda escolar de cada aluno da rede estadual a partir deste ano. O acréscimo de 166% no investimento anual representa um salto de qualidade e de quantidade da merenda.

Essa notícia é tão festejada porque é na escola que muitos meninos e meninas encontram, senão a única, a principal refeição do dia. A diferença que acomete o estado e o país provoca abismos sociais que precisam ser encarados, e o poder público tem o papel de interferir.

Ao direcionar mais dinheiro para a merenda escolar, o estado não está apenas qualificando o processo de ensino e aprendizagem, mas ataca a fome. Deixando todas as ideologias partidárias e políticas de lado, faz tempo que não vejo um governo irrigando tantos setores ao mesmo tempo. E estou nem aí se é ano eleitoral.

Toda semana é um anúncio novo de investimentos, seja na saúde, na educação, na infraestrutura, no turismo, na segurança, etc. Ainda falta muito para o Estado voltar a ser a potência que já era e que pode ser, mas o que se percebe é que estamos no caminho. E tem mais, independentemente de quem ganhar as eleições em outubro, este ciclo virtuoso, com uma gestão austera, transparente e moderna, precisa continuar.


Lá vem o Cpers, de novo

No mesmo dia em que a Secretaria Estadual da Educação apresentou a cartilha com diretrizes ao ano letivo sem restrições sobre formato de atendimento, o Cpers – sempre é do contra – disse que teme contágio pela covid-19 e alertou para os “perigos” do ensino presencial.

Com todo respeito à direção do sindicatos dos professores, mas já não bastam todos os prejuízos e perdas no processos de ensino aprendizagem provocados pelo exagerado tempo de aulas remotas nos últimos dois anos? Não aprendemos que lugar de aluno é na escola presencial, e não em casa, na frente de um computador ou celular? Os dados e números da covid em dois anos não são suficientes para perceber que escola não foi e não será o local do contágio?

Perdoe-me a direção do Cpers, mas em vez de discutir o formato da volta do ensino, deveriam estar preocupados em como dirimir o prejuízo causado pelas aulas remotas nos últimos dois anos. Este ranço e essa cultura do “ser contra” não constrói. O passado e o presente nos mostram isso.


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