Moradores questionam plano de complexo turístico no Morro São José

Arroio do Meio

Moradores questionam plano de complexo turístico no Morro São José

Por

Moradores questionam plano de complexo turístico no Morro São José
Aires defende a preservação do Morro São José. Empreendedores demonstram interesse na área para construção de um complexo turístico
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A administração de Arroio do Meio confirma as tratativas com um grupo de empreendedores da região interessados na construção de um complexo turístico no Morro São José. O investimento anunciado até o momento é de R$ 50 milhões. O anuncio foi feito recentemente pelo prefeito Danilo José Bruxel na programação da Rádio A Hora 102.9 FM.

De acordo com o secretário da Administração, Áurio Paulo Scherer, as tratativas com o grupo estão encaminhadas desde o ano passado, porém existem alguns entraves no zoneamento urbano de uma parte do morro. “São iniciativas 100% privadas que necessitavam de algumas alterações dentro do plano diretor. Tentamos implantar isso no ano passado, mas esbarramos em alguns moradores que eram contra o investimento”, explica.

O projeto em parceria com o grupo está sendo reorganizado e avaliado. O governo pretende viabilizar o investimento de outra forma, sem maiores divergências, pois o complexo poderá desenvolver o turismo em Arroio do Meio.

João Edson Reis Aires, 38 anos, pastor auxiliar na Igreja Evangélica Pentecostal Fonte de Água Viva, é líder de um movimento protetor no Morro São José. De acordo com ele, o anuncio de urbanização ainda deixa dúvidas entre os moradores, já que uma audiência pública foi marcada no ano passado e cancelada horas depois do anunciado.

Aires explica que o grupo de investidores tentará urbanizar uma área de 60 hectares, hoje em área rural, e isso acabaria trazendo problemas aos moradores como a elevação na conta de energia, taxas de IPTU e taxas de abastecimento de água, além de limitar o trabalho de muitos agricultores que possuem áreas de plantio.

Informações preliminares e não oficiais dão conta de que no local, em 60 hectares, seriam construídos um monumento, um loteamento e um parque com amplo estacionamento acessado pela RS-130. “O que não estamos aceitando é a derrubada e intervenção em 60 hectares de mata para construção de um monumento. Nós moradores daqui não queremos olhar para um monumento, sendo que nossa área tem como característica a natureza”, defende Aires.
Alguns moradores também pretendem levar ao Executivo o posicionamento contrário ao investimento alegando inviabilidade. “Temos legislações ambientais federais e estaduais que impedem um tipo de complexo nessa área. Praticamente toda extensão que vai do Morro Leão até Bicudo é área preservada”, diz Aires.

Morro da Ventania

Desde o ano passado um grupo de moradores também encaminha ao Executivo a mudança da nomenclatura do Morro São José no mapa oficial do município. O movimento foi motivado pelo novo plano diretor de Arroio do Meio. Após a aprovação do projeto na câmara, no fim de 2020, quando Aires, estranhou ao ver publicações nas redes sociais e propagandas em meios impressos nomeando pontos do Morro da Ventania como Morro São José.

Defensores do Morro da Ventania tentam alterar a nomenclatura provando em livros e reportagens antigas o uso histórico do nome. Existe também a cobrança por uma mudança no plano diretor que aumentou a área de Palmas Baixa em detrimento ao bairro São Caetano.

O interesse em criar o Morro da Ventania foi evidenciado por abaixo-assinado em janeiro do ano passado quando mais de 90 moradores, ex-moradores ou vizinhos da localidade assinaram o documento.


Acompanhe nossas redes sociais: Instagram / Facebook.

Acompanhe
nossas
redes sociais