A cidade de Lajeado registrou 67 novos casos de covid-19 nesta terça-feira (4), segundo a Secretaria de Saúde – um aumento substancial de registros de um dia para outro. Ao total, desde o início da pandemia, são 16.279 casos confirmados no municípios – 15.919 casos recuperados e 215 óbitos.
Segundo o secretário de Saúde, Cláudio Klein, a cidade está vivendo um novo surto. Contudo, ele ressalta que a repercussão geral é baixa. A maioria dos casos registrados são de jovens e as internações, até agora, são apenas clínicas – ninguém está na UTI por covid-19.
“A expectativa de crescimento que vemos na Europa finalmente chegou aqui. É possível, sim, que seja a variante Ômicron. A repercussão da internação hospitalar pode ser em quem tem alguma comorbidade. Ainda estamos estudando o que fazer”, pondera o secretário.
Mais cedo, o gabinete de crise do governo do Rio Grande do Sul emitiu avisos de risco para todas as 21 regiões covid do Estado, por conta do aumento de casos confirmados da doença nos últimos dias. De acordo com o governo do Estado, o número de novos casos de covid no Rio Grande do Sul saltou de uma média diária de 5,7 para 75,9 – para cada um milhão de habitantes – entre a última semana de dezembro e a primeira semana de janeiro.
Em entrevista à Rádio A Hora nesta tarde, a secretária da Saúde do Estado, Arita Bergmann, que acompanhava o governador Eduardo Leite em Estrela, afirmou que os novos casos de covid-19 preocupam. Principalmente porque é possível ver também um aumento expressivo de casos de covid aliados a muitos casos de H3n2.
A secretária entende que a população gaúcha está vacinada e é consciente do que precisa ser feito. Por isso, Arita ressalta que tem esperança de que não seja preciso nenhuma medida de fechamento neste momento.
“Mesmo não sabendo se a nova variante é mais letal, a velocidade de transmissão nos deixa preocupados e alertas. Precisamos manter os protocolos. Temos estrutura para receber esses casos, mas fazemos um apelo à população que faça a segunda dose e a dose de reforço”, pondera.
Segundo a avaliação da pneumologista da Fiocruz, Margareth Dalcomo, a variante Ômicron pode significar o começo do controle da pandemia de Covid-19. Para ela, a característica das viroses respiratórias é elas se tornarem menos letais e menos capazes de causar doenças severas, como parece ser o caso da nova cepa descoberta inicialmente na África do Sul e que já circula no Brasil.
“A variante está cumprindo um papel historicamente muito relacionado a viroses de transmissão respiratória. Então, é possível que a pandemia esteja perdendo a força pelo aparecimento de uma variante muito transmissível, porém, menos letal”, afirmou.
O mundo registrou um recorde de 2,4 milhões de novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, impulsionado pelos Estados Unidos, que pela primeira vez desde o início da pandemia tiveram mais de 1 milhão de infectados em apenas um dia. Foi também a primeira vez que o mundo registrou mais de 2 milhões de novos casos.
Os dados são do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford. Apesar da explosão no número de infectados devido à variante Ômicron do novo coronavírus, que é altamente contagiosa, o número de mortes segue em queda.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 pelo mundo, a média de óbitos nos últimos 7 dias caiu abaixo de 6 mil pela primeira vez desde outubro de 2020.
