Estiagem: a pandemia que precisamos priorizar

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Estiagem: a pandemia que precisamos priorizar

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Os períodos de estiagem nos acompanham há décadas, provavelmente séculos. Entra verão, sai verão e o drama se repete. Disso já sabemos. Nós sabemos também que, em outros períodos do ano, convivemos com enchentes. Em casos extremos, chega a chover mais de 100 milímetros em dois dias. O que intriga é o seguinte: se sabemos que temos falta e excesso de chuva num mesmo ciclo do ano, por que não mudamos nossos hábitos, adaptamos processos e nos preparamos para os fenômenos?

É triste ir para o campo e ver produtores amargarem perdas que já passam de 50% nas lavouras de milho. E o número aumenta a cada dia que passa sem chuva. O que é mais triste ainda é a ausência de uma política pública de estado capaz de encarar o problema.

Ora pois, se sabemos que, cedo ou tarde, o problema vem, por que não criamos um contraveneno? A tecnologia deu saltos e transformou a vida no campo nos últimos anos. Batemos recordes de produção a cada safra quando chove dentro do normal e nos frustramos quando a seca chega.

Ainda somos reféns da boa vontade de São Pedro e não usamos a nosso favor tudo o que a natureza e a tecnologia nos fornecem. Com um porém: o Estado anunciou na semana passada um estruturado projeto de investimentos na irrigação gaúcha. Irriga+ é o nome dado a um compêndio de R$ 201 milhões de investimentos que o Estado projeta na área.


Não durou um ano

O contador Rodrigo Kich foi o primeiro secretário anunciado por Elmar Schneider logo após sua vitória nas urnas, em novembro do ano passado. Antes de completar um ano à frente da Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade, Kich deixa o cargo na próxima semana, dia 20. Certo ou errado, a saída de Kich da secretaria abre uma lacuna e deixa incompleto um trabalho que ganhava projeção regional. Infelizmente, é mais um caso em que alguém da iniciativa privada se lança à iniciativa pública mas não resiste à pressão e ao sistema político que vigora. Uma pena.


Um grito necessário

O vereador Márcio Dalcin (PSDB), partido que integra a base aliada do governo de Marcelo Caumo, foi duro nas críticas esta semana. Classificou de “aberração” o modelo de recapeamento asfáltico feito na cidade por ignorar os conceitos de mobilidade para deficientes físicos. E o vereador tem razão. O governo precisa olhar para o tema com humildade e reconhecer que é preciso fazer mais e melhor. Rampas de acesso decentes para cadeirantes, por exemplo, não é nenhum capricho, é uma questão de dignidade.

Lajeado faz movimentos importantes na direção de alcançar o conceito de cidade inteligente. Agora, ao insistir em erros históricos, caminha na contramão. Uma Cidade Inteligente se constrói com ações práticas, e não com discursos. Rampas para cadeirantes são o mínimo.


Debate imprescindível

A região precisa de deputados. Isso é consenso entre líderes políticos, empresariais e representantes das entidades. O que precisa ser feito é convencer o eleitor sobre a mesma necessidade. Eis o caminho a percorrer nos próximos dez meses.

A CIC-VT e Acil realizam na próxima quarta-feira reunião-almoço cujo tema é exatamente esse: “Eleições 2022: Chegou a vez do Vale”. Será um primeiro encontro com o presidente, vice e secretário da Amvat, cuja entidade tem papel fundamental na articulação de prefeitos e gestores municipais em torno de candidaturas viáveis para o próximo pleito.

O Grupo A Hora também apresenta nos próximos dias um amplo e arrojado projeto voltado para as eleições do ano que vem. Afinal, para termos resultado diferente em outubro de 2022, precisamos agir e construir agora.

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