“Como não acreditar no Brasil?”

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

“Como não acreditar no Brasil?”

Por

Lajeado

De toda demanda crescente de alimentos, reservam-se para o Brasil mais de 40% de tudo que deverá ser produzido a mais para alimentar as pessoas do planeta. O dado foi um dos tantos apresentados pelo presidente da John Deere Brazil, Paulo Herrmann, durante sua palestra de encerramento do 2º Empreinove, realizado nessa terça-feira no CTC, com a presença de mais de 400 empresários.

Ao falar sobre a força e as perspectivas do agronegócio brasileiro, Herrmann deu uma verdadeira injeção de estímulo, de coragem e de esperança a todos nós. Respeitado e invocado Brasil afora para falar sobre o tema, apresentou números e prognósticos de como a tecnologia e a transformação do campo coloca o Brasil em lugar de destaque no mundo.

Herrmann palestrou para mais de 400 empresários e trouxe um panorama das inúmeras oportunidades de investimento no agronegócio

Ao contrário do que os grandes players de imprensa tentam vender, disse Herrmann, o Brasil está sendo invejado pelos países mais desenvolvidos. Para ele, os investimentos na infraestrutura nacional, comandados pelo excelente ministro Tarciso de Freitas, ao lado da inovação no agro, farão o Brasil despontar cada vez mais como fornecedor de alimento.

E faz todo sentido. A produtividade no Brasil deu saltos nas últimas décadas. Senão, vejamos: em 1977 o país produzia 37 milhões de toneladas de grãos. Hoje, já são 252 milhões de toneladas, sendo que a área plantada é quase a mesma. E para 2031, o projeto em curso é duplicar essa produtividade e o Brasil alcançar 510 milhões de toneladas de grãos sem necessidade de aumentar área cultivada.

Quando o assunto é produção de alimento, os números são impressionantes (veja quadro), pois recai sobre o Brasil a oportunidade de produzir 41% de tudo que será necessário a mais ate 2027 para alimentar as pessoas do mundo. Para quem está no Vale dos Alimentos, esta informação é como colírio para os olhos. “Como não acreditar no Brasil?”, reiterou Herrmann ao longo da palestra e ao responder perguntas do mediador.

Pelo clima, área disponível e tecnologia adotada, o Brasil produzirá, até 2027, 41% de todo alimento consumido no mundo. Significa que o nosso país será responsável por quase a metade de todo alimento mundial. É por isso que os investimentos em infraestrutura rodo, hidro e ferroviária se erguem cada vez mais urgentes.

O debate ambiental menos romântico e mais racional

Sustentabilidade é a palavra da vez. E que bom. Já não podemos insistir nos modelos de desenvolvimento que preterem a questão ambiental. Sim, ela precisa estar no topo de nossas prioridades, sem ser palanque para debates românticos e oportunistas, como temos visto de forma desenfreada.

É bom abrirmos o olho quando tentam construir narrativas de que o Brasil está matando a Amazônia e seu habitat. A questão foi amplamente abordada pelo presidente da John Deere e por Daniel Santoro, que conectou o tema à gestão e governança. Ou seja, a responsabilidade ambiental deve fazer cada vez mais parte das organizações, mas não por capricho ou marketing, mas sim por convicção e propósito.


Mente sã

O vereador Cris Costa, do PSDB de Encantado, apresentou, na segunda-feira passada, projeto de lei que muda o formato de pagamento das diárias dos parlamentares. O movimento de Costa partiu da pressão popular contrária ao pagamento dos atuais R$ 940 por dia sem necessidade de qualquer prestação de contas. Faz bem o vereador em baixar o valor das diárias, estabelecer um teto e pagar mediante apresentação de comprovantes.

Já não faz sentido os vereadores de Encantado e de nenhuma outra câmara, insistir num modelo perverso que lesa o cidadão e locupleta quem se serve do modelo. Resta saber se o os colegas de Costa terão a mesma sensibilidade e sanidade mental para aprovar o projeto que está sobre suas mesas.


Ganhando corpo

Nunca antes percebi opinião tão uníssona quanto agora sobre o necessário desempenho do Vale do Taquari nas eleições do próximo ano. Ao passo que as pré-candidaturas se consolidam – Marcelo Caumo está a um passo de anunciar sua corrida – e os nomes ficam conhecidos, o Vale precisa se articular. Percebe-se nos bastidores um desejo muito grande das entidades setoriais e também de boa parte dos líderes políticos. O que ainda precisa amadurecer é a conscientização por parte de alguns partidos, no sentido de não lançar por lançar nomes. Mas sim se unir em torno de um projeto regional que, depois de muitos anos, pode devolver representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.


“Se Pelotas elegeu governador, por que nós não podemos?”

Esta frase é de Paulo Pohl, empresário lajeadense com atuação destacada na região dos Vales, ao se referir ao protagonismo que o Vale do Taquari precisa ocupar no âmbito político. E seu raciocínio está correto. Precisamos aspirar destaque estadual. Construir líderes locais que tenham legitimidade – e isso se conquista com voto – e capacidade de ser mais do que deputado. “Uma coisa é elegermos deputado com 25 mil votos. A outra, é elegeremos com 80 mil, pois o peso do voto e da representatividade são outras”, acrescenta o empresário. E ele vai além: “Precisamos criar na política a mesma força que temos no mundo corporativo e no desenvolvimento. Se Pelotas elegeu governador, por que nós não podemos? Precisamos formar líderes.”

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