Sem materiais, retorno das aulas segue indefinido no Vale

Educação

Sem materiais, retorno das aulas segue indefinido no Vale

Coordenadoria Regional de Educação consulta direções das escolas para saber o número de estudantes que demonstraram interesse em retornar às atividades presenciais. Expectativa é que itens de proteção comecem a chegar nesta semana e continue nos últimos dias de outubro

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Sem materiais, retorno das aulas segue indefinido no Vale
(Foto: Arquivo A Hora)
Lajeado

A compra centralizada dos 12 itens tidos como fundamentais para atender os protocolos de segurança nas escolas é o motivo apontado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para a impossibilidade da reabertura das escolas dentro do prazo estabelecido.

Conforme o Piratini, são mais de 30 mil entregas, em 2.467 escolas. Como se tratam de diversos fornecedores, houve dificuldade em estabelecer uma logística integrada para garantir o fluxo de chegada dos itens às instituições da rede pública estadual.

O investimento para compra dos equipamentos chegou a R$ 270 milhões. Do montante, R$ 15,3 milhões foram destinados à compra de equipamentos de proteção individual (EPIs); 9,8 mil termômetros infravermelhos; 328 mil máscaras infantis; 1,9 milhão de máscaras infanto-juvenis; e 1,3 milhão de máscaras adultos.

No Vale do Taquari, são 42 escolas com Ensino Médio e que devem retornar assim que os materiais cheguem. A previsão da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) é que os produtos comecem a ser distribuídos às instituições locais nesta semana e se intensifique na próxima.

Na terça-feira, 20, integrantes da CRE e diretores das escolas públicas participaram de uma segunda conferência virtual, na qual foram determinadas as estratégias para o retorno e também a tabulação dos alunos consultados e que demonstraram interesse em retornar à sala de aula.

As escolas começaram a entregar as listas . “Ainda não temos como estimar o total de alunos. Mas devemos manter a regra de no máximo 50% da ocupação por turma”, relata a coordenadora de Educação, Cássia Benini.

Apesar da incerteza quanto à data de retorno, o fim do ano letivo segue previsto para a metade de janeiro. De acordo com a coordenadora de Educação, ao invés dos 200 dias de aula, foi estabelecido como regra a carga horária de mil horas\aula para o Ensino Médio diurno e 800 horas para o noturno.

Madrugada de espera

Faz duas semanas que as escolas da região aguardam a chegada dos equipamentos. De acordo com o coordenador do Cpers no Vale, Gerson Johann, integrantes das equipes diretivas tem ficado de plantão nas escolas. “Sei de diretora que dormiu no colégio, pois haviam dito que o caminhão chegaria na madrugada.”

Ainda que não se tenham dados consolidados sobre o número de alunos que devem retornar às escolas do Vale, Johann afirma que haverá pouca adesão. “Estamos visitando escolas, conversando com professores, e sabemos que são poucos estudantes que pretendem voltar. Há um grande esforço por essa volta, mas há pouco interesse dos alunos”, diz.

Pelos protocolos a prioridade neste primeiro momento será atender alunos com mais dificuldade de assimilação dos conteúdos e também que não tem acesso a internet.

Cada escola terá um modelo. Algumas terão aulas todos os dias e outras terão duas turmas, com atividades intercaladas, com uma semana presencial e outra remota. A carga horária em sala de aula também será menor, com três horas presenciais por dia.

Detalhes

  • Nenhum aluno será obrigado a retornar às atividades presenciais. A decisão será das famílias;
  • Professores e servidores fora do grupo de risco devem retornar. Profissionais do grupo de risco seguem em teletrabalho;
  • Com a volta do Ensino Médio, a prioridade é para alunos com dificuldades de aprendizagem ou sem acesso à internet;
  • As aulas terão períodos reduzidos, de três horas diárias. Dependendo do número de estudantes, serão formadas turmas com aulas presenciais e remotas.

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