PT e PTB em Encantado

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

PT e PTB em Encantado

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Atualizado sexta-feira,
02 de Outubro de 2020 às 09:16

Lajeado

Em Encantado, uma situação curiosa. O Partido dos Trabalhadores (PT) vai apoiar o candidato à reeleição, o tucano Adroaldo Conzatti. Mas o apoio do PT é “extraoficial”. Ou seja, não haverá a sigla da bandeira vermelha e estrela dourada na coligação encantadense formada pelo PSDB, PDT, PSL, PSB, DEM e PTB. E a suposta razão é um tanto curiosa. No dia quatro de setembro, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (foto), assinou uma polêmica resolução, proibindo alianças com “partidos socialistas e comunistas”.

Sobre as definições do PTB, o texto é instigante: “fica terminantemente vedada a efetivação de coligações do PTB com os partidos que compõem o Foro de São Paulo incluindo as seguintes agremiações: PT, PSOL, PDT, PCdoB, REDE, PSB, PCB, PSTU e PCO”. Antes disso, em 29 de julho, a Comissão Executiva Nacional vedou as coligações com os partidos DEM e PSDB. Mas isso foi deixado de lado.

E o nobre ex-deputado federal – famoso pelo caso do “Mensalão” – foi além do esperado. Ainda de acordo com a resolução, o Programa Estatutário do partido observa que “o PTB é uma resposta aos partidos comunistas e socialistas que se apresentam como os únicos representantes do trabalhador”, e avisa que “os diretórios estaduais e municipais que descumprirem essa resolução estarão sujeitos a anulação dos atos convencionais, além de intervenção ou dissolução.

É confuso. Se a razão é essa, por que só o PT foi “penalizado” pela norma assinada pelo famigerado ex-deputado federal? E por que o PTB pode coligar com PSDB, DEM e PSB, por exemplo? A norma, em princípio, valeria apenas para cidades com mais de 200 mil habitantes. Ou seja, há uma grande confusão para evitar a presença oficial do PT nos materiais gráficos de campanha. Algo que desagrada, inclusive, alguns membros do PTB local. Mas isso está longe de ser uma novidade na política nacional. Aliás, o próprio PT agiu assim no passado.

Em 2008, por exemplo, o PT era o principal partido no país. O ex-presidente Lula ainda navegava em um mar de tranquilidade – e commodities. E o partido símbolo da esquerda nacional anunciava a intenção de barrar coligações para as eleições municipais com partidos que não faziam parte da base aliada do governo federal. À época, faziam parte da base de sustentação no Congresso 13 partidos (PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC, PT do B, PSB, PDT, PC do B, PMN e PAN). Doze anos depois, as peças mudaram e muito. Curioso, não?


Faltou “Policial”

O DEM de Estrela, do candidato a prefeito Policial Diego de Castro, impugnou a pesquisa Methodus/A Hora. O “nome de urna” estava incompleto – constava Diego de Castro. O instituto acatou a decisão da justiça e vai refazer a pesquisa, com o nome completo do candidato. O fato atrasou a pesquisa em uma semana.


Camelódromo em Lajeado

O assunto está quente em Lajeado. A construção ou não de um camelódromo divide opiniões, e já é pauta para os três candidatos a prefeito (a). O atual prefeito Marcelo Caumo (PP) concorre à reeleição e vem enfrentando na pele o complexo debate. Sobre camelódromos, o seu governo ventilou algumas vezes essa possibilidade. Mas acabou desistindo. E nada consta sobre o tema em seu plano de governo, destinado às propostas macros.

A candidata Márcia Scherer (MDB) sugere, em seu plano de governo, a criação do “Centro Comercial Popular”. É possível que seja algo aos moldes do Centro Popular de Compras (Pop Center), construído em 2009, em Porto Alegre. Mas não resta claro se o empreendimento será destinado apenas aos ambulantes. Por sua vez, Daniel Fontana (PSB) anuncia um plano de governo voltado à inclusão. Mas também não cita, propriamente, um camelódromo.


Fora da briga

Em Arroio do Meio, e em função da Lei da Ficha Limpa, o vereador Kiko Noronha (PDT) não concorrerá à reeleição. Ele foi condenado em um caso originado em 2014. De acordo com a acusação do MP, ele estava de “posse de bem de procedência ilícita”. No caso, uma betoneira. O vereador se defende da acusação e afirma ter comprado de uma conhecida que frequenta a mesma igreja. “É uma mãe de três filhas. Comprei para ajudá-la”, sustenta. Ele também garante que desconhecia a origem ilícita do produto.
Em 2016, e ainda pelo PTB, Kiko Noronha foi o 9º vereador mais votado da cidade, com 486 votos. Já em 2012, fez 417 votos. Ele estava confiante em mais um mandato. “Sou vítima de uma injustiça. E infelizmente vou ficar de fora. Eu fui um dos vereadores mais atuantes nesses três anos. Posso afirmar que tenho grandes conquistas para o município. Verbas para o hospital e para o custeio de médicos, pavimentação da Rua Tiradentes, a rampa náutica de acesso ao rio, entre outros tantos”, relembra o pedetista.


Comitês

Em Arroio do Meio, o comitê da Situação fica na Rua Doutor João Carlos Machado, centro da cidade, no porão da Loja Hibisco. O espaço ainda não está aberto. Já o comitê da Oposição está localizado na Rua São José, número 258, no centro da cidade, nos fundos da Loja Benoitt, e foi inaugurado na segunda-feira, com uma recepção à imprensa e convidados.

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