Uma data para homenagear aqueles que são nossos primeiros super-heróis, que seguram a mão durante os primeiros passos e que são sinônimo de proteção, carinho e conselhos para vida.
No Brasil, o Dia dos Pais é celebrado neste domingo, 9, mas, diferente de outras ocasiões, muitas famílias não poderão se reunir em função do isolamento. Outras, ainda têm a distância como empecilho do reencontro, mas todas têm a tecnologia como grande aliada para fazer do Dia dos Pais um momento de alegria e afeto.
Na casa da família de Fiorella Stefani Bucheli Guasque, 21, a data não é celebrada em agosto, mas sim, no segundo domingo de julho. “É comemorado do mesmo jeito, os pais são presenteados e a data é considerada como um feriado”.
Desde que mudou-se de Rivera, no Uruguai, para cursar Design de Moda na Univates, há um ano e meio, ela participa das comemorações a distância, com ajuda da tecnologia.
Em Rivera, a mãe e os três irmãos se reúnem para homenagear o pai Gino Mario Bucheli Lopez, 62, e fazer um churrasco. Depois da sobremesa é o momento de entregar os presentes.
“Este ano, todos estavam juntos e eu participei por videochamada. Foi como se estivesse lá, na roda de piadas, esperando o churrasco. Às vezes o coração aperta pela distância, mas a tecnologia ajuda bastante”.
Em datas como esta, a saudade é ainda maior, conta. “Não estar com ele no Dia dos Pais só me faz valorizá-lo ainda mais e reforçar o quanto queria estar perto. Mas vê-lo lutando por mim, por mais que eu esteja longe, é motivador, então não me permito usar a palavra tristeza”.
Entre as memórias mais bonitas, estão as lembranças de sentar em frente à lareira, beber vinho e conversar até de madrugada sobre os mais variados temas, recorda. O pai sempre foi seu grande incentivador. Ajudou a filha a perder o medo de falar em público, auxiliou nos trabalhos da escola e foi quem sugeriu que ela escolhesse o Brasil como destino para estudar e buscar melhores oportunidades de trabalho.
“Ele sempre esteve presente para me apoiar quando precisei tomar uma decisão difícil e, às vezes, mesmo sabendo que vou fazer a coisa errada, com muita dor no coração, me deixa aprender”.
Apesar da saudade, Fiorella ainda não tem previsão de quando poderá reencontrar o pai e a família, mas a intenção é viajar assim que possível.
Do lado de lá, Gino aguarda ansioso pela visita. “Como sempre ouvi, pai é quem cria. Aquele que dá amor e que está ali se tudo der errado, que se dedica a ouvir seu filho, a ensiná-lo e prepará-lo para o mundo”.
A assistente corporativa Stephanie Pech, 27, tem no pai Aluir Amadeu Pech, 59, seu exemplo de dedicação, amor e proteção. “Sempre fomos muito unidos. Ele fazia minhas comidas preferidas e, nas noites livres, tomávamos chimarrão juntos e saíamos para fazer caminhadas com a minha mãe”.
Desde que mudou-se para Luxemburgo, na Europa, em março de 2019, a tecnologia também tornou-se sua grande aliada para matar a saudade e passar um tempo com a família, que mora em Carlos Barbosa.
Por videochamada, passaram a celebrar juntos todos os momentos especiais. “No meu último aniversário, minha mãe comprou uma torta e meu pai colou uma foto minha em sua camisa. Me ligaram por vídeo à meia-noite, cantaram parabéns e comemoramos juntos. Foi muito emocionante”.
Este será o segundo Dia dos Pais que a família celebra em países diferentes, e a programação promete ser semelhante a surpresa organizada no ano passado, conta Stephanie.
“Dei uma camisa para ele e, no momento em que minha mãe entregou, fizemos uma videochamada. Ele ficou bem feliz e a vestiu na mesma hora”.
O abraço ficará guardado para o fim do ano, quando Stephanie planeja fazer uma visita para comemorar o Natal e Ano Novo com os pais. A viagem, inclusive, já está com data marcada.
Enquanto isso, o pai Aluir aguarda ansioso aqui no Brasil. “Estou com muitas saudades mas, ao mesmo tempo, feliz por ela realizar o seu sonho”.