O direito de errarmos coletivamente: do desconhecido ao término da pandemia

Opinião

Cíntia Agostini

Cíntia Agostini

Vice-presidente do Codevat

Assuntos e temas do cotidiano

O direito de errarmos coletivamente: do desconhecido ao término da pandemia

Por

Lajeado

A pandemia tem nos afetado a todos, alguns mais e outros menos. Alguns com problemas de saúde e todos sentindo os efeitos econômicos dessa crise de saúde pública mundial. Muitos adoeceram e já perdemos mais de 91 mil pessoas no Brasil. No Estado do RS são mais de 1800 mil pessoas que faleceram e, aqui no Vale, mais de 60 pessoas.

Boa parte de nós perdeu alguém ou conhece alguém que perdeu uma pessoa próxima. A medida que as mortes deixam de ser estatística e se tornam pessoas conhecidas, tomamos mais ciência e temos mais consciência de que esse é um vírus que veio para ficar entre nós. Não podemos admitir naturalizar todas essas pessoas que faleceram e, no mínimo, temos que nos manter indignados e firmes no propósito de que as vidas são o que temos de mais importante.

Daqueles que se foram, muitos idosos e com comorbidades, mas que não perderíamos essas pessoas somente por serem idosos e terem outros tipos de comorbidades. Perdemos elas para o vírus. Um vírus que ainda não tem tratamento efetivo, muito menos vacina ou cura. Mas isso é ainda, pois o esforço mundial está concentrado em trabalhar pelo tratamento e pela vacina para o covid-19.

A pandemia irá passar, como outras passaram, mas o vírus continuará aqui e temos que aprender a conviver com ele. No entanto, ficamos entre aqueles que acreditam na pandemia e aqueles que ainda não acreditam. Percebemos defesas e acusações em se tratando de tratamentos e vacinas e pouco aceitamos que todos estamos acertando e errando o tempo todo em se tratando desse vírus, justamente por ser desconhecido.
São tantas informações que geram desinformação e nós já estamos cansados de tentarmos nos convencer e convencer os outros a ficar em casa. Mas precisamos ter um pouco mais de paciência, precisamos sim continuar nos cuidando e principalmente, precisamos ter resiliência e olhar para o outro, olhar o que está acontecendo com o outro.

Essas últimas semanas temos tido aumento nos casos de covid no Estado e aqui na região, estamos enfrentando esse que é um enorme problema de saúde pública, que se tornou um problema social e econômico. Mas não temos como apagar o ano de 2020, apesar de vários de nós querer isso. O passado já passou.

Desde o início da pandemia temos errado muito e acertado outro tanto, estamos apreendendo juntos e criando possibilidades em termos de medicação, vacina, métodos de distanciamento e equipamentos que estão em testes constantes. Mas temos que permitir o erro coletivo na tentativa do acerto.

E por fim, temos que contar com o futuro, um futuro que precisamos desenhar juntos, tomando os cuidados consigo mesmo para proteger os outros, sendo pacientes e resilientes, trabalhando muito e nos dedicando ao máximo para conviver com essa nova vida, nos permitindo e permitindo aos outros errar e acertar e sendo solidários para com o próximo. A pandemia vai passar!

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