Quanto mais distante do centro, menor a adesão do uso de máscaras

prevenção à covid-19

Quanto mais distante do centro, menor a adesão do uso de máscaras

Reportagem observou a utilização do item obrigatório em cinco pontos diferentes da cidade. Nos bairros mais afastados, a negligência à norma é maior do que na área central

Por

Quanto mais distante do centro, menor a adesão do uso de máscaras
Lajeado

Ao mesmo tempo em que o estado avança para seu pior momento desde o começo da pandemia do coronavírus, também cresce a preocupação com o desleixo de parte da população quanto às medidas de distanciamento social e os cuidados para evitar a propagação da doença. Nem mesmo a máscara tem adesão total.

Nas ruas, sobretudo em vias mais afastadas do Centro, onde a circulação de pessoas é menor, percebe-se cidadãos caminhando sem a máscara ou utilizando-a de maneira incorreta, diminuindo a proteção contra o vírus.

Um levantamento feito pela reportagem do A Hora na tarde de ontem, em cinco diferentes pontos da cidade, mostra que, quanto mais distante do Centro, há menos adesão ao uso da máscara. O índice mais preocupante foi registrado no Jardim do Cedro. Das 26 pessoas que passaram pelo cruzamento das ruas João Fernando Schneider e Arnoldo Uhry entre 16h e 16h15min, 16 estavam sem máscara (61,5%).

Já a maior adesão ocorreu exatamente na rua Júlio de Castilhos, nos fundos do Hospital Bruno Born. Em 15 minutos, das 13h45min às 14h, 174 pessoas circularam no local, sendo que apenas 11 (6,4%) não utilizavam máscara. Também foram analisados pontos nos bairros Conventos, Florestal e Olarias.

Ao todo, das 274 pessoas observadas pela reportagem, 228 utilizavam máscara (83,2%), enquanto 46 não estavam cobrindo o rosto (16,8%). Desde o dia 24 de abril, por meio de decreto municipal, o uso de máscara é obrigatório em espaços de uso comum, sejam eles públicos ou privados.

Excesso de denúncias

Também preocupa o poder público, além do descaso, o excesso de denúncias infundadas que chegam até a Ouvidoria. Para o responsável pelo órgão, Günther Meyer, há uma certa “histeria” de parte das pessoas na hora de efetuar uma denúncia.

“Nós seguimos o que está na lei. Ligam para nós dizendo que tem duas, três pessoas sentadas numa rua, tomando cerveja, e pedindo que a polícia vá até o local. Não tem o que fazer nestes casos. O cumprimento dos decretos depende principalmente da consciência de cada um”, afirma.

Das 107 denúncias recebidas pela Ouvidoria no fim de semana, 31 se tratavam de reclamações de aglomeração em bares. “Muitos eram de estabelecimentos repetidos. Nem todas as denúncias, entretanto, procediam”, ressalta Meyer.

“Muita gente não tem consciência”

As fiscalizações a estabelecimentos que descumprem o decreto municipal ficam a cargo da Secretaria Municipal de Planejamento. Titular da pasta, Giancarlo Bervian lembra que, no final de semana, uma grande quantidade de ações foram realizadas em bairros diversos da cidade.

“Tivemos de dois a três fiscais por turno, fazendo ações programadas em conjunto e atendendo a algumas denúncias. Infelizmente, há muita gente que não tem consciência da necessidade do isolamento e encontram maneiras de burlar a fiscalização. Estamos fazendo aquilo que é possível”, avalia.

 

Acompanhe
nossas
redes sociais