Expovale ameaçada!

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Expovale ameaçada!

Por

Vale do Taquari

Mesmo com a retomada da Bandeira Laranja no Vale do Taquari – após recursos muito bem elaborados pelos líderes regionais e autoridades médicas –, a Comissão Organizadora da Expovale 2020 deve anunciar nesta quarta-feira o cancelamento do evento marcado para novembro. A tendência é de que a 22ª Feira Industrial, Comercial e de Serviços de Lajeado ocorra só em 2021.

Em abril passado, e já em meio à pandemia, a Comissão Organizadora ainda alimentava otimismo em relação à feira. Chegaram a denominá-la de “Feira da Resistência”. Porém, e diante do avanço da Covid-19 e da falta de perspectivas em curto prazo, a maior fatia dos líderes locais perdeu toda a esperança. No início do mês, a 43ª edição da Expointer, em Esteio, também foi cancelada.

 

 


Enchentes, pandemia e carne em Brasília

Nesta semana, a comitiva de prefeitos do Vale do Taquari desembarca em Brasília. Uma das agendas foi remarcada. Eles pretendiam um encontro com o Ministro da Cidadania, o gaúcho Ônix Lorenzoni (DEM). Entretanto, o agente público testou positivo para a covid-19 e precisa ficar isolado. Mas são diversas pautas na capital federal. Além de buscar recursos para custear os prejuízos causados pelas enchentes – mesmo sem a completa compilação –, os prefeitos querem debater pandemia, e até sobre as exportações de carne suína, suspensas pela China.


Protesto contra o protesto

Um considerável outdoor chama a atenção de quem passa pelo entroncamento entre as avenidas Alberto Pasqualini e Avelino Tallini, próximo ao acesso à Univates, em Lajeado. Patrocinada pela CUT, a estrutura ostenta uma mensagem de repúdio ao presidente Jair Bolsonaro. Em contrapartida, um “jato” de tinta verde foi lançado contra a peça publicitária da Central Única dos Trabalhadores. Um protesto sobre outro. E uma completa vergonha alheia.


Insuficiência mútua

O Vale do Taquari ostenta um número indigesto de óbitos. Os números estabilizaram, é bem verdade. Mas são altos. E preocupam. Tal como os índices de infectados. Não à toa, o governo estadual vem perseguindo e punindo Lajeado e região com a temida e por vezes injusta bandeira vermelha. E diante deste preocupante quadro, esperam-se ações equivalentes no combate ao descumprimento dos decretos, sob o risco de toda a cidade pagar o pato por um eventual lockdown. Mas até que ponto essas ações são suficientes?

Insuficiência mútua II

Diversas foram as “denúncias” de aglomerações durante o fim de semana. Em Lajeado, especialmente, ocorreram nas proximidades da Univates e dentro dos ônibus. E o poder público agiu para tentar evitar a aglomeração de pessoas em locais públicos e privados. Certos ou errados, e isso é fato, os decretos municipal e estadual não vêm sendo cumpridos à risca por uma boa parcela da população lajeadense, que insiste em viver uma vida absolutamente normal em meio à pandemia. E a vida, infelizmente, não está normal.

Insuficiência mútua III

Definitivamente, a vida não está normal. É difícil apontar os culpados pela nossa mútua insuficiência no combate à Covid-19. De um lado, falta “perna” para que as autoridades percebam toda e qualquer aglomeração. De outro, boa parte da população em geral está cansada desta conversa de isolamento ou distanciamento social. Principalmente os mais jovens. É uma insuficiência mútua, onde todos somos vítimas e culpados. Estamos neste mesmo barco desde a metade de março. E a cada dia o cansaço aumenta.

Insuficiência mútua IV

E em meio a este cansaço social, as ações persistem em Lajeado. No fim de semana, ruas foram demarcadas para evitar a circulação de veículos e pessoas. Fiscais das secretarias da Segurança Pública (Sesp), de Obras (Seosp), Meio Ambiente (Sema) e do Departamento de Trânsito de Lajeado atuaram com o apoio da Brigada Militar. Na sexta-feira, uma festa com aglomeração em via pública foi vistoriada no bairro Universitário, e o estabelecimento foi multado em R$ 1,1 mil. No sábado, foram vistoriados e orientados 80 locais.

Insuficiência mútua V

No domingo, os fiscais percorreram os bairros Centro, Moinhos, Americano, Florestal, São Cristóvão e Universitário para verificar postos de gasolina. Dois estabelecimentos foram notificados por consumo de bebida alcoólica no local.  Os fiscais também estiveram em praças e parques, orientando sobre o distanciamento e o uso de máscara. A equipe ainda vistoriou o comércio ambulante no domingo. E mesmo diante dessas ações, as denúncias seguiram constantes. E o mesmo deve ocorrer no próximo final de semana. Infelizmente…

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