Formação de Técnicos em tempos de pandemia. O que posso afirmar?

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

Formação de Técnicos em tempos de pandemia. O que posso afirmar?

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Atualizado sábado,
11 de Julho de 2020 às 06:31

Teutônia

Estamos chegando na casa dos 120 dias em que instituições escolares suspenderam suas atividades presenciais. De lá para cá grandes ineditismos… Cases de aprendizagens remotas a serem compartilhados pela criação de metodologias comprovadamente eficazes. A formação de técnicos nas instituições também se vale desse momento para inovar, cientes de que no lado oposto desta moeda está o exigente e concorrido mercado de trabalho.

Antes de entrar na temática, torna-se necessária uma rápida pincelada contextual: o Vale pode, aliás, deve atribuir ao seu contexto de vanguarda parcela significativa aos milhares de técnicos que foram formados nestas últimas décadas em diferentes instituições da região. Estas, juntamente com o contexto empresarial, das cooperativas, sindicatos, associações e tantas outras iniciativas desenvolveram, na prática, no fazer do dia a dia, ações que colocaram em movimento todo o cenário produtivo de nossos municípios, hoje admirados pelos seus indicadores de desenvolvimento.

Ao me perguntarem sobre como está a formação de Técnicos em tempos de pandemia, uma vez que atuo em uma instituição formadora, respondo: inovando! Tem-se perdas neste cenário? Sim, a começar reconhecendo as lacunas que se dão pelo convívio, na ausência da interação e na falta que esta faz em relação ao compartilhamento de saberes impactados agora pela absoluta virtualização, restringindo na prática ações de networking. O saber-fazer instrumentalizado nas atividades práticas de aulas passou a ter significado diferente. O fluxo de informações, muitas vezes comprometido pela falta de infraestrutura tecnológica do estudante, minimizou expectativas que neste momento estão superadas, assim como as atividades práticas autorizadas por decreto e já retomadas.

Precisamos considerar também o grande número de visitas técnicas à empresas, cooperativas e propriedades rurais de referência em nosso Vale que, em grande medida, inspiram pelos seus processos e entusiasmam estudantes pela expressividade de seus fazeres. Possibilidades de benchmarking que não aconteceram.
De outrossim, quando olhamos para os ganhos, a lista fica grande e difícil de ser resumida. Comecemos pela centralidade do que nos manteve em possibilidade de seguirmos: a mediação nas plataformas tecnológicas de ensino, no uso de diferentes recursos e ferramentas tecnológicas. Não dá para descrever o quanto nos tecnologizamos. Compartilhamos responsabilidades com os alunos que, diante de suas realidades, precisaram exercitar a capacidade de adaptar-se com velocidade às circunstâncias. Houve desengessamento, quebra de culturas, tentativas ousadas de fazer certo e, como consequência, fizemos melhor. Isso trouxe êxito nas atividades domiciliares e protagonizou engajamento entre professores e alunos. A postura proativa colocou em ação os esforços necessários para que nosso acreditar trouxesse resultados. Aprendemos mais sobre muitas coisas e comprovamos aos estudantes que na adversidade estão muitas das oportunidades que não costumamos perceber.

Aos que resistiram bravamente até aqui posso afirmar ao mercado de trabalho que os Técnicos formados em período de pandemia terão uma grande contribuição para oferecer. Não ao mundo que pretende voltar ao normal, mas contribuir ao mundo que será diferente, melhor pós pandemia, porque teremos profissionais que se superaram em tempos de formação. Aos que disso duvidam, contratem!

Para encerrar, quero desejar à Fundação Agrícola Teutônia vida longa. A instituição, mantenedora do Colégio Teutônia, completará dia 17 de julho 68 anos de atividades ininterruptas. Nasceu pela necessidade de formar técnicos para desenvolver propriedades e região e o faz com superação e maestria, desde 1952.

Abraços a todos!

 

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