Em novo júri, segurança é condenado a 19 anos de prisão

Morte em frente à boate

Em novo júri, segurança é condenado a 19 anos de prisão

Tiro de Anderson Bueno matou Alyson Spegiorini em setembro de 2016. Réu foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma de fogo

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Atualizado quinta-feira,
12 de Março de 2020 às 14:24

Em novo júri, segurança é condenado a 19 anos de prisão
Créditos: Juremir Versetti / Chinelagem Press
Encantado

Após quase quatro anos e dois júris populares, o segurança particular Anderson Bueno, 29, foi considerado culpado pela morte do estudante Alyson Moraes Spegiorini, de 18 anos na época. O crime aconteceu no dia 17 de setembro de 2016, após confusão em frente a uma casa de festas no centro de Encantado.

Bueno foi condenado a 19 anos de prisão em júri popular que durou sete horas da terça-feira, 10. Da pena, 16 anos são pelo homicídio e outros três por porte ilegal de arma de fogo. O réu condenado já estava em reclusão no Presídio de Guaporé durante o andamento do processo.

Em júri popular realizado em 2018, Bueno foi condenado a 10 anos de prisão por lesão corporal seguida de morte (seis anos), posse ilegal de arma (três anos) e injúria racial (um ano). Esse julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ) pelo fato dos jurados terem decidido de forma contrária as provas anexadas no processo.

“Não traz meu filho de volta, mas é um alívio”

O júri popular mobilizou familiares e amigos de Alyson. Antes do início, às 8h30min, grupo composto por cerca de 30 pessoas fez um manifesto silencioso com cartazes em frente ao Fórum de Encantado.
O aumento da pena em nove anos foi comemorado pelo pai Jair Spegiorini. “Isso não vai trazer meu filho de volta, mas é um alívio, pois sei que ele (Anderson Bueno) pagará pelo crime que cometeu”, defende.

Para o promotor André Prediger, a sentença de 19 anos “faz justiça” para os familiares da vítima. “Foi uma covardia muito grande o que aconteceu com o Alyson”, classifica.
Prediger reforça que, no primeiro julgamento, os jurados se equivocaram na análise das provas. Explicar detalhadamente as consequências de cada quesito foi uma das estratégias do Ministério Público (MP) para ampliação da pena.

“Ele não saiu de casa para matar, mas para trabalhar”

Em nota encaminhada à imprensa, os advogados Odil Neto e Áurea Delay afirmam que no primeiro julgamento os jurados foram questionados se o réu “quis matar”. No segundo, a pergunta passou a ser também se Bueno “assumiu o risco de matar”.

“Esta defesa se defendeu do “quis matar”, alegando que Anderson não quis. Mas a pergunta da condenação foi além, o que amplia sobremaneira a acusação”, alegam.
A defesa cita ainda que Bueno possui uma filha de 10 anos e uma esposa. Na noite da morte de Alyson, havia trabalhado durante o dia de vigilante na semana Farroupilha de Muçum e encerrava a jornada na boate. “Ele não saiu de casa para matar, mas para trabalhar”, sustenta.

A defesa reforça que recorrerá “da sentença para que a pena seja reduzida ou, principalmente, para que um novo júri seja realizado longe do Tribunal de Encantado”.

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