Impasse na tarifa

Editorial

Impasse na tarifa

Impasse na tarifa
Vale do Taquari

As alterações nas tarifas de pedágios das rodovias estaduais anunciadas ontem pelo governo provocam críticas de parte do meio empresarial na região. Se por um lado, o valor será mais baixo para automóveis, os veículos pesados terão um aumento expressivo.

Os novos valores foram aprovados em reunião do Conselho Gestor do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas (CGEPPP/RS). Para os carros de passeio, a redução será de 10%, em 12 das 14 praças de pedágio no RS. Para os veículos pesados, porém, haverá aumento de 51%.

A preocupação central é quanto ao maior custo logístico a empreendimentos que precisam atravessar as praças da EGR para o escoamento da produção. O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística (Setcergs), Federação das Empresas de Transporte de Cargas (Fetransul) e Federação dos Caminhoneiros Autônomos (Fecam-RS) já manifestam contrariedade.

As entidades alertam para a iminência do aumento do preço do frete, caso as mudanças se confirmem. Em nota enviada à imprensa, o Setcergs afirma ainda que não descarta encaminhar uma ação judicial em conjunto com as outras organizações do setor.

É preciso considerar, contudo, os argumentos do Piratini para propor as alterações. O Estado está há mais de 22 anos sem realizar uma concessão rodoviária. A adequação tarifária também contribuiria para o êxito da concessão de mais de mil quilômetros que é elaborada junto ao BNDES, pois demonstraria ao mercado que o RS está alinhado com a realidade do país.

Segundo o governador Eduardo Leite, o cálculo considera o fator eixo com o objetivo de equalizar o sistema e poder lançar, ainda neste ano, novos editais de concessões sem que houvesse distorções. “Nós buscamos, originalmente, adequar a nossa tabela à forma como é feita em todo o país, tanto pelo governo federal como por outros estados”, afirma.

O impasse está lançado. Ao mesmo tempo em que preparar as rodovias estaduais para a concessão é fundamental, o impacto financeiro para os empreendimentos que dependem dos veículos pesados é preocupante. Que o bom senso e o diálogo possam orientar o melhor desfecho para o imbróglio.

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