Estudantes do Vale no epicentro da epidemia

BERÇO DO CORONAVÍRUS

Estudantes do Vale no epicentro da epidemia

Ruas vazias, estabelecimentos fechados e transporte restrito. Brasileiros relatam mudanças na rotina após o surto do Coronavírus na China

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Estudantes do Vale no epicentro da epidemia
Vale do Taquari

As mais de 130 mortes e cerca de 6 mil casos contabilizadas na China devido ao surto do Coronavírus coloca o mundo em alerta. Até a tarde de ontem, 29, o vírus havia se espalhou para 15 países.

No epicentro da epidemia, dois estudantes do Vale do Taquari relatam as dificuldades e diminuição no movimento das cidades após o surgimento do vírus em Wuhan e registro da primeira morte, duas semanas atrás.

“Tá todo mundo trancado em casa. Eu não saio do meu quarto faz cinco dias”, relata a roca-salense, Stéfani Kummer, 21, moradora de Pequim na atualidade.

Ela se mudou para China faz dois anos para aprender mandarim. Descobriu sobre o Coronavírus pelas notícias do exterior, antes mesmo do governo chinês anunciar o surto à população local. “Minha mãe estava mais em pânico do que eu. A preocupação é maior fora da China do que aqui”, relata.
Na percepção de Stéfani, o governo chinês passa a impressão que a epidemia será controlada. Entretanto principal preocupação é pelos sintomas aparecerem em até 14 dias. “Tem muitas pessoas que podem ter a doença, mas não sabem e acabam passando para outros”, exemplifica.

Nessa semana, a suspensão de linhas de trem e fechamento de estabelecimentos comerciais fez Stéfani cancelar viagens previstas pelo continente asiático. A jovem retornou ao Brasil ontem e deverá passar as férias na casa da família.

“Parece uma cidade fantasma”
Natural de Estrela, Felipe Hillebrand Heberle, 24, reside em Macau. O surgimento de sete casos de Coronavírus, um deles com uma criança de 11 anos, fez com que a região também tomasse providências para conter o surto.

No prédio onde Heberle mora só é possível entrar após medição da temperatura corporal. Visitas a dormitórios de colegas foram proibidas à noite. A faculdade onde estuda teve a cantina fechada e máscaras são distribuídas diariamente aos universitários.

O estudante percebe que a região que abriga cerca de 200 turistas ficou deserta nos últimos dias. “Parece uma cidade fantasma. Só tem gente no mercado. Os ônibus estão vazios e nas ruas as poucas pessoas andam sempre com máscaras”, resume.

Mesmo com a situação desfavorável, Heberle descarta sair do país e acredita na contenção da epidemia.
“A China é forte. Infelizmente aconteceu isso, mas há recursos e acredito que vão contornar esse problema”, conclui.

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