Semana começa com dúvidas sobre nova greve

Paralisação nas estradas

Semana começa com dúvidas sobre nova greve

Alta do combustível aliada à falta de fiscalização da ANTT quanto à tabela de fretes desagradam transportadores. Ainda assim, classe se divide entre favoráveis e contrários à mobilização marcada para o dia 29 deste mês

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Semana começa com dúvidas sobre nova greve
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Apesar da mudança na política de preços da Petrobras sobre o diesel no mês passado, o combustível voltou a subir. Ficou, em média, R$ 0,10 mais caro nos postos. A tabela da companhia foi apresentada na quarta-feira da semana passada e provocou reações de líderes dos caminhoneiros.
 
Um dos representantes, Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, disse na quinta passada que a categoria inicia uma nova paralisação a partir da meia-noite do dia 29 deste mês. Em entrevista concedida à agência Estadão, o caminhoneiro afirmou que a decisão foi estipulada por vários líderes da classe.
 
De acordo com ele, os motoristas decidiram antecipar a paralisação prevista para o dia 21 de maio e o motivo se deve a alta do diesel. Por outro lado, há quem discorde da postura de Dedéco. O Comando Nacional do Transporte (CNT) acredita que é cedo para uma nova greve. O líder do grupo, Ivar Schmidt, afirma que o governo atual não teve tempo para encontrar uma solução. No entanto, não descarta uma paralisação em caso de novas altas.
 
A Petrobras confirmou na semana passada a decisão de aumentar o preço do diesel, o que implica em uma variação de 4,5% a 5,1% no preço pago pelo motorista. Quanto a organização da greve, ela ocorre por meio de grupos de WhatsApp fechados para caminhoneiros, como foi em 2018.
 
 

0005_AHORAFiscalização da ANTT

Para os caminhoneiros, um dos problemas que precisa ser resolvido pelo governo federal é a atuação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Transportador de Estrela, Kiko Kalsing, realça a necessidade de fiscalizar o cumprimento dos preços estipulados pela tabela de frete.
 
De acordo com ele, há muitos motoristas autônomos aceitando viagens abaixo do estabelecido. “Há muita oferta de caminhão. Então os embarcadores oferecem mesmo. O motorista se sujeita para ter o que comer.”
 
O motivo para caminhões parados, relata Kalsing, é a queda das exportações. “Os silos estão lotados. No centro oeste do país, há produtores que pararam a colheita da soja por não ter onde colocar. Assim sobram caminhões parados.”
 
 

“Não vai ter greve”

Nos postos com paragem para caminhões entre Lajeado e Estrela,
motoristas afastam o risco de nova greve. “Isso é balela. Não vai ter greve”, diz um profissional de Santa Catarina. Outro caminhoneiro, de Arroio do Meio, afirma que a condição atual está tão difícil quanto a de 2018, quando a greve foi deflagrada. Ainda assim, acredita que não haverá paralisação.
 
05_AHORAA opinião dos profissionais, que preferem não se identificar, é corroborada por Kiko Kalsing. “Ainda é muito cedo. Essa mobilização não reflete a maioria.” De acordo com o transportador, esse alarde parte de um grupo ligado a partidos políticos contrários ao governo Bolsonaro. “Querem fazer isso para derrubar o Onyx Lorenzoni”, diz.
 
 

FILIPE FALEIRO – filipe@jornalahora.inf.br

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