“Um dia valerá a pena pois  serei um grande jornalista”

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“Um dia valerá a pena pois serei um grande jornalista”

O morador de Venâncio Aires, Samuel Klein, 28, nasceu com deficiência física motora causada pela falta de oxigênio no parto. Mesmo com as dificuldades de locomoção, está há nove anos na universidade e sonha em ser um profissional da comunicação…

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“Um dia valerá a pena pois  serei um grande jornalista”

O morador de Venâncio Aires, Samuel Klein, 28, nasceu com deficiência física motora causada pela falta de oxigênio no parto. Mesmo com as dificuldades de locomoção, está há nove anos na universidade e sonha em ser um profissional da comunicação

 
O que te motivou a cursar jornalismo?
O que me motivou a estudar foi o meu gosto pela notícia. Desde criança, eu acompanho os fatos pela televisão e sempre quis ser jornalista.
 
Como é sua rotina em dias de aula?
Desde o ano passado, tive que mudar o jeito de ir por causa da falta de transporte. Eu ia com o ônibus da Viasul, mas no primeiro semestre de 2018, ele parou a linha e mandou os alunos para um outro transportador. Quando começou o segundo semestre, o transportador simplesmente deixou de me levar. Agora tenho que ir de ônibus da rodoviária para a Univates. Então,eu pego um táxi daqui de casa até a rodoviária de Venâncio Aires e, quando chego na rodoviária de Lajeado, preciso pegar mais um carro para me levar até a Univates. Na volta, tenho que sair mais cedo da aula para pegar um Uber até a rodoviária de Lajeado. Daí pego um ônibus às 22h10min. Quando chego aqui em Venâncio Aires, pego mais um táxi para chegar em casa. Meu pai, Ivo Luciano, me acompanha até a universidade e lá tenho a ajuda do monitor Natanael Castoldi. Enfim, é um sacrifício para mim ir e voltar da faculdade, mas sei que um dia valerá a pena pois serei um grande jornalista.
 
Qual foi o momento mais marcante que viveu nesses nove anos de faculdade?
Foi em 2015, quando tive a oportunidade de ter aula com um dos maiores jornalistas do Brasil, o professor Sérgio Pugina Reis. Ele me ensinou muita coisa, foi um grande amigo e a sua experiência marcou a minha trajetória. Em dezembro do ano passado, ele faleceu, mas ficará para sempre na minha memória como um grande mestre e amigo.
 
Você tem um sonho após se formar em jornalismo?
O meu sonho é ser repórter de rua, quero enfrentar os desafios da notícia, custe o que custar. Enfim, me considero um guerreiro e sei que Deus sempre estará ao meu lado, me ajudando em meu trabalho. Só para ressaltar que estou estudando não para me divertir, mas para ter um emprego e uma profissão na vida. Muitos jovens não se importam com o futuro, mas eu, mesmo com todas minhas dificuldades, estou batalhando para ser um jornalista de verdade.
 

FÁBIO KUHN – fabiokuhn@jornalahora.inf.br

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