Enio Bacci no Detran: “venho com o intuito de ser linha dura”

Estado

Enio Bacci no Detran: “venho com o intuito de ser linha dura”

Ex-deputado assume órgão com missão de dar mais transparência

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Enio Bacci no Detran: “venho com o intuito de ser linha dura”

Após semanas de especulação, Enio Bacci foi confirmado como diretor-geral do Detran. O ex-deputado foi convidado pelo vice-governador e secretário de Segurança Pública, o delegado Ranolfo Vieira, na tarde de quarta-feira, na sede da secretaria. Ele substitui Paulo Roberto Kopschina.
 
Bacci considera que o cargo é um dos mais importantes da sua trajetória política. “Vou gerir um orçamento de R$ 2 milhões anuais, seis vezes o maior que o de Lajeado. É muito mais responsabilidade que ter sido deputado federal por 20 anos”, afirma.
 
Com experiência na capital federal, pretende estreitar relações com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para agilizar questões como o uso do aparelho conhecido como drogômetro e alterações na forma de avaliação de novos condutores. Ele assume o departamento com foco na transparência, para evitar casos de irregularidades como o que veio à tona em 2007 .
 
Na ocasião, a Operação Rodin revelou um esquema que desviou mais de R$ 40 milhões do órgão. Em entrevista ao A Hora, o novo diretor-geral do Detran fala sobre as prioridades da gestão e projetos que pretende pôr em prática.
 

Foco na transparência

“Já na campanha o governador Eduardo Leite deixou claro que não aceita compactuar com nenhum ilícito, seja dinheiro público desviado ou mal aplicado. Eu venho com o intuito de ser linha dura no Detran. Não vamos permitir que qualquer suspeita passe em branco sem uma investigação profunda. A determinação é investigar e punir eventuais responsáveis por irregularidades. Os departamentos de trânsito sempre são foco de preocupação, com práticas irregulares no Rio de Janeiro, em São Paulo e até mesmo aqui no estado. Temos que ter mecanismos de controle e fiscalização. Este é o objetivo do governo.”
 

Drogômetro: falta licença

“É preciso ampliar a Balada Segura. Não dá para aceitar que motoristas embriagados dirijam. Além do etilômetro, temos que adicionar o drogômetro. Ele detecta pela saliva se o motorista consumiu cocaína, maconha ou outro tipo de droga. O equipamento foi feito pela UFRGS em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, foi testado e mostrou eficácia. Já foram feitos testes e mostrou eficácia. Falta autorização de Brasília, posso contribuir agilizando as coisas por lá.”
 

Relação com Brasília

“Uma relação profícua com o Denatran é muito importante. Já conversei com o diretor geral do Denatran em Brasília [Jerry Adriane Dias Rodrigues], que é gaúcho e foi diretor da PRF. Estamos agendando reuniões para tratar de questões que não dependem apenas da esfera estadual, como os critérios de pontuação dos exames para a carteira de motorista. Não acho justo que alguém seja reprovado antes de ligar o carro, por esquecer do cinto. O peso destes pontos não pode ser igual.”
 

Formação dos motoristas

“É de auto risco formar motoristas apenas na área urbana. Estes condutores, quando vão para a rodovia, não levam apenas a carteira de motoristas. Muitas vezes, levam o atestado de óbito. A formação do motorista tem que passar pela prática em rodovias. Não dá para compreender que mais de 60% dos alunos sejam reprovados no primeiro exame. Isso assusta. O conhecimento prática tem que ser levado em consideração mais que a parte teórica. Quem aprende a dirigir na prática dificilmente esquece.”
 

Educação para o trânsito

“Não vamos trabalhar só na repressão, mas na educação. Vamos ampliar as parcerias com os municípios para ter na rede escolar ensinamento sobre comportamento no trânsito. Investir na formação não só do motorista, mas do pedestre e do ciclista.”
 

Medidas anunciadas por Bolsonaro

“O governo estadual vai fazer um estudo. As decisões de maior peso virão do governador e do vice. Eles é que dão as diretrizes. Eu acho que o prazo da carteira de motorista poderia ser estendido. Que se leve em conta os antecedentes, se tem infrações graves e gravíssimas ou não. Mas isso ainda vai gerar um longo debate em função das diferenças regionais.”
 

MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora;inf.br

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