Morte de advogado mobiliza classe no RS

Taquari - assassinato em taquari

Morte de advogado mobiliza classe no RS

Itomar Espíndola Dória foi morto com pelo menos seis tiros enquanto trabalhava. A polícia procura pistas dos participantes no assassinato do advogado trabalhista Itomar Espíndola Dória. Os criminosos chegaram ao escritório de Dória em automóvel furtado em Bom Retiro do Sul. Um entrou e pediu para ser atendido. Quando a sala foi aberta, disparou no mínimo seis vezes contra a vítima. OAB/RS reage e cobra que as autoridades sejam ágeis para prender os criminsos e elucidar os motivos do crime

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Morte de advogado mobiliza classe no RS
Vale do Taquari

O assassinato do advogado Itomar Espíndola Dória parou a cidade e provocou reação de toda a classe. Conhecido pela atuação profissional, ele foi morto a tiros na tarde de ontem. Por volta das 14h, dois homens em um Uno Branco com placa de Bom Retiro do Sul estacionaram próximo ao escritório, na rua José Antero Siqueira, no centro.

Um deles desembarcou e entrou no escritório. Para a secretária, disse ser cliente e estava em busca de atendimento. Ao entrar na sala onde estava Dória, disparou pelo menos seis vezes. A vítima morreu no local. Todos os disparos foram direcionados para o tórax do advogado.

Dória tinha mais de 35 anos de atuação como advogado

Dória tinha mais de 35 anos de atuação como advogado

Em seguida, o homem correu em direção ao automóvel e a dupla fugiu. Por volta das 17h, o veículo usado no crime foi encontrado incendiado na RST-287. A Polícia Civil não se pronunciou sobre o caso e a motivação do crime ainda é desconhecida.

OAB pede agilidade na investigação

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançou ontem uma nota de repúdio, cobrando das autoridades estaduais e de segurança rapidez para elucidar o crime. A presidente da OAB na cidade, Maricel Lima, realça a violência do assassinato. “Dória estava trabalhando e foi morto. Não teve nem chance de se defender. Essa é uma afronta a todos os advogados e também à sociedade gaúcha.”

Segundo ela, a vítima tinha mais de 35 anos de advocacia sem nunca ter enfrentado qualquer problema com clientes. “É um fato difícil de entender. Nunca teve nenhuma conduta contrária ao exercício da profissão. Nenhuma reclamação na OAB.”

Na tarde de ontem, o presidente estadual da OAB, Ricardo Breier, foi a Taquari. “Estamos consternados. Se trata de um crime muito incomum. No estado, há muito tempo que não tinha caso desses.”

De acordo com ele, pelas informações prévias, Dória era um advogado bem relacionado com os clientes. “Trabalhava com ética. Não havia conflitos com clientes.”

Para ele, pela forma como o crime foi conduzido, trata-se de algo premeditado. “Desde o furto do carro, a entrada no escritório, até o incêndio do veículo. Sem dúvida, há mais participantes do que os dois vistos pelas testemunhas.”

“Queremos prioridade total para elucidar esse assassinato”, sustenta. Conta que inclusive conversou com o secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer. “Essa morte atinge toda a advocacia do RS. É um alerta para a necessidade de garantir a segurança da sociedade, pois qualquer um que estiver trabalhando pode ser alvejado.”

Automóvel usado pelos criminosos foi encontrado queimado na RST-287

Automóvel usado pelos criminosos foi encontrado queimado na RST-287

Segundo Breier, a OAB acompanhará os desdobramentos da investigação de perto. “Nosso foco agora é prestar solidariedade à família e trabalhar para ajudar na investigação. Precisamos saber quais as motivações desse crime.”

Justiça cancela processos

O diretor do Foro de Taquari, juiz Leonardo Vanoni, suspendeu os prazos processuais em homenagem póstuma ao advogado Itomar Espíndola Dória. Em portaria, o magistrado diz que o advogado trabalhava em benefício da comunidade. Dória, lembra o juiz, também exerceu durante anos a função de juiz leigo.

“Uma violência inexplicável”

Em férias, o prefeito Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco, estava em um curso na cidade de Brasília quando soube do crime. Também advogado, relembra a atuação do amigo e colega de profissão. “Era uma referência em causas trabalhistas. Esse crime deixou a cidade em choque.”

Às 14h20min, Maneco recebeu pelo whatsApp notícias do assassinato. “É assustador. Foi de uma violência inexplicável. Nada justifica uma brutalidade dessas”, afirma.

Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br

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