Após críticas, câmara aprova permuta

Lajeado - novo parque multiuso

Após críticas, câmara aprova permuta

Vereadores aceitam troca de imóvel no centro por área às margens do Taquari. Mesmo com a aprovação por unanimidade, o projeto de lei que permuta a área pública da Uambla por um terreno em área alagável foi criticado pelos vereadores na sessão de ontem. Oposição questiona a avaliação do imóvel privado, cujo valor teria aumentado de R$ 145 mil, em 2007, para R$ 1,4 milhão em 2018. Ainda não há projeto ou orçamento para o novo parque multiuso

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Após críticas, câmara aprova permuta
Lajeado

A proposta de criação de um novo parque multiuso às margens do Rio Taquari recebeu aval de todos os vereadores, mas com ressalvas. O projeto aprovado autoriza a permuta de uma área de 30 mil metros quadrados, de propriedade privada, pelo imóvel público da antiga Uambla, localizado na rua Bento Gonçalves, entre as vias Francisco Oscar Karnal e João Batista de Melo.

Ambos os terrenos foram avaliados em R$ 1,4 milhão pela Comissão de Imóveis da administração municipal. A área pública tem pouco mais de 680 metros quadrados, mas, diferente da área privada – na esquina da rua Bento Gonçalves com a Osvaldo Aranha –, não está localizada em área alagável. A emenda do presidente Ederson Spohr (MDB), que previa licitação para a compra da área pública a ser trocada foi rejeitada.

Na justificativa, o prefeito cita que “a permuta é um passo inicial para a transformação de uma área que por anos ficou esquecida”. Entretanto, ainda não existe qualquer projeção para futuro parque multiuso por parte do governo municipal, e tampouco orçamento.

Ainda de acordo com o Executivo, a transformação da área ociosa em uma área de lazer “transformará o Centro Histórico e vai trazer qualidade de vida.” Antecipando a proposta do parque, o governo projeta a construção de quadras esportivas, pista de atletismo e corrida, ciclovia, brinquedos e banheiros, além da possibilidade de uma marina junto ao Porto dos Bruder.

Na sessão de ontem, diversos empresários do ramo imobiliário e membros do Comitê Gestor do Centro Histórico estavam na plateia. Entre eles, o advogado André Jaeger e o empresário Léo Katz, que se manifestaram favoráveis à aprovação do texto. Já o publicitário Mateus Weimer dos Santos distribuía um folder com a imagem de uma proposta para o novo parque.

O empresário Léo Katz e o advogado André Jaeger defendem o projeto

O empresário Léo Katz e o advogado André Jaeger defendem o projeto

Diferença no valor venal

Os vereadores apresentaram uma série de ressalvas ao projeto. Sérgio Kniphoff (PT) questionou os valores envolvidos. Segundo ele, há 11 anos o mesmo imóvel de 30 mil metros quadrados foi comprado pelo atual proprietário, Rubem Koefender, por R$ 145 mil, dez vezes menos do que o valor avaliado pela Comissão de Imóveis da prefeitura, e que também recebeu aval e assinatura dos corretores Marcelo Munhoz, Cristiano Jacques e Neori Luiz Marquetto.

Ainda de acordo com Kniphoff, e conforme documento encaminhado a ele pelo governo municipal, o valor venal da área privada é de R$ 613,2 mil, enquanto o valor venal da área pública, também avaliada em R$ 1,4 milhão pela Comissão de Imóveis e os três corretores, é de R$ 883,8 mil. “Ninguém é contra o parque. Mas sou contra esse tipo de pressão”, ressalta o vereador, demonstrando preocupação com as disparidades de valores.

Também representante do PT, o vereador Sérgio Rambo afirma que a mesma área da antiga Uambla chegou a ser avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões faz três anos. “E hoje vale R$ 1,4 milhão. Houve deflação, chegou-se a 50% do valor”, reclama. “E nenhum investidor paga esse valor colocado aqui” acrescenta, se referindo à área de 30 mil metros quadrados na beira do rio.

Outros seis terrenos lindeiros

Além da área permutada, serão necessárias outras seis negociações com terrenos lindeiros ao rio Taquari para concretizar a construção do novo parque multiuso, e também para o prolongamento da Rua Capitão Leopoldo Heineck até a Osvaldo Aranha , projeto esse que ainda carece de doação, por parte do Estado, de outra área próxima. “Por ora só recebemos três protocolos de intenção de permutas”, questiona Rambo.

Outros vereadores cobram a mesma valorização para essas outras seis áreas. “O proprietário vai ganhar muito dinheiro. É uma área (da Uambla) muito valorizada. Espero que outras áreas de frente para o rio também sejam valorizadas. Não pode buscar valor venal. Porque o valor desta é de pouco mais de R$ 600 mil. Voto a favor, pensando no futuro, mas com ressalvas”, reforça.

ERS-413 é municipalizada

Também foi aprovada a proposta que a municipalização da ERS-413, no trecho entre o entroncamento com ERS-130 e a divisa com o município de Santa Clara do Sul, em uma extensão de 5,3 km. A medida visa dar mais agilidade aos serviços de manutenção da rodovia, principalmente entre os bairros Moinhos D´Água e São Bento. Vereadores cobram a mesma medida na ERS-421, em Conventos.

UPA e Univates

O Executivo protocolou ontem o texto que pede autorização para repassar a gestão da Unidade de Pronto Atendimento à Univates. Hoje, a UPA é gerenciada pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV).

Vila dos Papeleiros

Na sessão de ontem, diversos moradores do bairro Jardim do Cedro comparecerem ao plenário para demonstrar insatisfação com a proposta do governo municipal de transferir a Vila dos Papeleiros, instalada hoje de forma irregular às margens da ERS-130 e formada por 10 famílias, para uma área localizada no Santo Antônio, próximo à Aldeia Indígena Foxá. Da mesma forma, vereadores cobraram mais diálogo com a população.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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