Comunidade protesta por melhorias na Rota do Sol

Lajeado

Comunidade protesta por melhorias na Rota do Sol

Manifestação ontem à tarde teve críticas à construção da terceira pista e à falta de segurança

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Comunidade protesta por melhorias na Rota do Sol
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Elton Dortzbach é morador do Floresta. O bairro é cortado ao meio pela ERS-453. Ele mora de um lado e trabalha do outro. Todos os dias, se arrisca para cruzar a rodovia. “Levo dois minutos caminhando e cinco esperando para atravessar”, diz. Nos últimos três meses, a dificuldade cresceu.

Moradores, trabalhadores e empresários do bairro reclamam da criação da terceira faixa da Rota do Sol. Ontem à tarde, cerca de 30 pessoas fizeram uma manifestação em frente à Construschorr, no Km 28. Elas afirmam que a velocidade média dos veículos aumentou e criticam a falta de acostamento, acessos e opções para retorno.

“A rodovia virou uma pista de alta velocidade, sem entradas e saídas, sem rótulas, sem proteção nenhuma. Aqui é tragédia anunciada”, afirma o empresário Paulo Pohl. Ele estima que somente sua empresa de urbanização movimente 300 veículos por dia.

Nas proximidades, há ainda duas transportadoras, uma empresa de tratores, uma madeireira, entre outras atividades que movimentam veículos.

Há cerca de três meses, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) fez o recapeamento de um trecho de cerca de um quilômetro. Nesse processo, foi criada mais uma pista no sentido a Venâncio Aires, sem que a via fosse alargada.

Próximo ao local do protesto, a reportagem do A Hora viu um automóvel que saiu da pista no sentido a Lajeado sendo guinchado. Para retirá-lo, o guincho teve de bloquear uma das pistas, obrigando os motoristas a trafegarem na contramão.

Risco aos pedestres

Se há perigo para os caminhões, que precisam entrar e sair da pista, o risco é ainda maior para quem anda a pé. A escola de Ensino Fundamental Pedro Welter fica a 100 metros da pista. Muitos estudantes que moram do outro lado precisam atravessar para ir à escola. No trecho, não há nenhuma passarela, apenas uma faixa de pedestre.

“Tem a faixa, mas o pessoal não respeita. As crianças todas atravessam por ali. Na hora do pique, meu Deus, não é fácil”, diz o presidente da associação de moradores do bairro, Arno Eidt.

Uma faixa estendida durante o protesto pedia “Rótula já”. A moradora Thaiane da Rosa vê a necessidade de mais providências para a segurança dos pedestres. “Teriam que instalar um redutor de velocidade, porque os carros passam muito rápido.”

A obra gerou dificuldades também para quem pega ônibus. Com o fim do acostamento, os coletivos são obrigados a parar na pista. Outro ponto destacado é a falta de diálogo. Os manifestantes alegam que foram pegos de surpresa pela alteração.

Reunião com a EGR amanhã

Amanhã, às 14h, ocorre uma reunião na sede da EGR, em Porto Alegre. Representantes dos empresários, moradores e governo municipal vão cobrar melhorias nas condições da rodovia. O Executivo reapresentará dois projetos para construção de rótulas, uma no Km 27, perto da escola, outra, próximo ao local onde foi realizado o protesto.

Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br

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