“As empresas querem crescer”, reclama dono de agroindústria

Lajeado

“As empresas querem crescer”, reclama dono de agroindústria

Produtores voltam a se queixar no Legislativo pela demora no Susaf

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“As empresas querem crescer”, reclama dono de agroindústria
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A sessão plenária de ontem foi tumultuada. Produtores e proprietários de agroindústrias e empresas da área de alimentos estavam presentes para reclamar novamente sobre a demora no recredenciamento do município junto ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), que possibilita a venda para fora do município.

Proprietário de uma empresa de açougue e embutidos no bairro Olarias, às margens da BR-386, André Pessi foi chamado para falar na tribuna da câmara. Segundo ele, faz oito meses que o Manual de Boas Práticas foi protocolado na prefeitura e, até o momento, a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag) não apresentou o aval em relação ao documento.

Ele cita os investimentos realizados na empresa e se queixa dos atrasos por parte do governo municipal. “Implantamos uma estrutura nova e compatível com as normas estaduais. Implantamos manual de boas práticas e fabricação, que atende todos os requisitos da legislação, estamos cumprindo à risca e executamos as obras solicitadas pelo SIM. Não entendo qual o entrave”, desabafa.

Ainda sobre o Manual de Boas Práticas, reclama de possível falta de vontade por parte dos servidores municipais. “O documento deve ter umas 300 páginas”, cita. Sobre o Susaf, suspenso ainda em junho, reclama da demora na entrega da nova lei do SIM. “Tem oito ou nove profissionais na prefeitura. Bastava que eles sentassem e, em duas semanas, resolveriam. Temos equipe treinada para produzir volumes maiores. As empresas querem crescer”, reforça.

“Estão distorcendo”

O presidente do Legislativo, Ederson Spohr (MDB), reclama da postura do governo. Segundo ele, setores estariam realizando ações de represálias contra os produtores que reclamam do atraso no recredenciamento no Susaf. “Disseram que o Estado deu prazo de meio ano. Mas é mentira. Foi a prefeitura que pediu tal prazo. Poderiam ter solicitado prazo menor”, afirma. O prazo final é 20 de janeiro, mas projeto deve chegar à câmara ainda em novembro.

Adi Cerutti (PSD), vereador da base do governo que também criticou a coordenação do SIM na sessão passada, desta vez, criticou o presidente. “O senhor não tem moral para reclamar”, disse, se queixando de “politicagem” por parte do chefe do Legislativo. Da mesma forma, Mozart Lopes (PP), líder de governo, culpa o Executivo estadual pela demora no recredenciamento de Lajeado no Susaf.

Já Waldir Blau (MDB) reclamou da extinção da secretaria única de Agricultura – houve junção com outras pastas –, em 2016, aprovada pela câmara após projeto encaminhado pelo ex-prefeito, em comum acordo com Marcelo Caumo. Para ele, foi um erro. “É preciso colocar pessoas qualificadas. Não se pode nomear secretário por amizade. Em algumas áreas é preciso ser técnico”, diz. “O Pessi já poderia estar vendendo para todo o estado, gerando renda à cidade.”

Projetos aprovados

Cinco projetos foram aprovados na sessão de ontem. O primeiro altera metas do Plano Municipal de Educação (PME). O segundo aprovou serviços – orçado sem R$ 8,2 mil – de patrolamento, limpeza e lastro de brita, em imóvel particular, de propriedade de Edemar Immich, no bairro Imigrante, para que seja realizado no local o evento Aldeia de Natal. Também recebeu parecer favorável a contratação de 12 estagiários para a Alsepro.

Houve dois acordos entre os líderes de governo, e ambas as propostas para abertura de créditos suplementares foram aprovadas no plenário. A primeira, no valor de R$ 27 mil para construção de uma quadra de concreto polido na escola Pedro Welter. A segunda é de R$ 153 mil para a primeira etapa da construção de uma quadra esportiva na escola Vida Nova.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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