História dedicada à educação

Estrela - VIDA DE PROFESSOR

História dedicada à educação

Desde criança, Maria Moesch, 93, sonhava em ser professora. Conseguiu. Esse trabalho foi tão importante que ex-alunos fazem homenagem

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História dedicada à educação
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Desde menina, brincando com as vizinhas da rua Tiradentes, em Estrela, Maria Ofélia Stein Moesch, 93, sempre gostou de dar aulas. Filha única, decidiu estudar magistério em São Leopoldo. Hoje, depois de ter passado por muitos movimentos na educação, ela recebe homenagem às 18h na Soges, em Estrela, de ex-alunos e amigos que a viram desenvolver bons projetos pela educação.

Sentada no escritório de casa, ela recordava o tempo com fotografias antigas. Na época em que decidiu estudar magistério, o curso não existia em Lajeado ou Estrela, e São Leopoldo era o máximo da educação. Dona Maria estudou no Colégio São José, e lembra que foi aluna do padre jesuíta João Baptista Reus, que também lecionava na antiga Unisinos.

“Faria tudo de novo”

Mesmo com a desvalorização do professor hoje, ela não exita em dizer que, se fosse para escolher, seria professora novamente. “A educação é realmente o melhor bem do ser humano. Eu acho que ser professora e encaminhar os alunos para um bom futuro, ter fé em Deus e no próximo, são as coisas mais importantes”, conta.

Professora por mais de 40 anos, ela sabe como a educação faz bem para a construção do ser humano. Durante esse tempo, lecionou nos colégios Vidal de Negreiros, Santo Antônio e Martin Luther, sendo reconhecida como Educadora Emérita pela Secretaria de Educação no dia 14 de outubro de 1981, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre.

Na época, o estado havia sido dividido em sete coordenadorias e Estrela era a sede da 4ª CRE. Dona Maria foi chefia da Educação na 3ª Região Escolar de 1963 a 1971, como delegada de Educação, e em 1º de setembro de 71, a convite do governador, assumiu a função de coordenadora regional da Educação, na 7ª pasta do Estado, com 51 municípios. Passou, então, a coordenar em quatro delegacias: Estrela, Santa Cruz do Sul, Soledade e Passo Fundo.

Professora Maria foi reconhecida como Educadora Emérita em 1981

Professora Maria foi reconhecida como Educadora Emérita em 1981

Reconhecimento

Ela lembra que em 1971, quando entrou a reforma do ensino pela Lei nº5692, o Ensino Fundamental, que antes ia até a 5ª série, passou a ser composto por mais três anos, indo até a 8ª. “Dava muito trabalho fazer os processos, construir novos prédios e contratar professores. Viajávamos muito para o interior, e as comunidades reconheciam o nosso trabalho”, conta.

Junto ao governo, ela conseguiu a construção de quatro prédios para as delegacias de Educação. O p de Estrela foi inaugurado em 1974, na rua Cel. Müssnich. 770. Dona Maria também se destacou no estado com a 4ª Coordenadoria de Educação, sendo uma das fundadoras da faculdade La Salle no município.

Lembranças de educação

Com tantas histórias para contar das suas experiências em educação, ela lembra que certa vez mandou arrumar um rádio em uma técnica eletrônica e o proprietário não cobrou pelo serviço. “Ele disse que estudou no segundo grau que eu havia instalado na cidade dele, e me agradeceu”, conta.

Ela acredita que para que um país possa crescer o caminho é a educação. “Hoje estou com 93 anos e ainda me entusiasmo com a educação, basta dizer que os meu ex-alunos e colegas queridos estão aí organizando uma homenagem muito bonita para reconhecer o que nós fizemos.”

 Dorli Maria Schneider, Ildo Salvatori e Maria Noeli Finger homenageiam a professora Maria Ofélia Stein Moesch

Dorli Maria Schneider, Ildo Salvatori e Maria Noeli Finger homenageiam a professora Maria Ofélia Stein Moesch

Mestre à vida

Maria Noeli Finger, Ildo Salvatori e Dorli Maria Schneider tiveram a ideia de homenageá-la na semana do professor, por terem vivido ao seu lado nos caminhos da educação.

Ildo Salvatori, 85, exerceu a função de diretor de escolas por 25 anos, alguns deles sob o comando de Dona Maria, quando ela foi delegada de Educação. ”A lembrança que eu tenho daquele tempo é a maneira sempre espontânea e disposta com que ela desempenhava suas funções, e acompanhava os nossos trabalhos. Ela me incentivou muito, era uma professora nota dez”, lembra.

Em 1963, Dorli Maria Schneider, 74, iniciou seu trabalho com Dona Maria, como funcionária na Delegacia de Educação, e a acompanhou quando a professora assumiu a 4ª Coordenadoria de Educação. “Todas as coisas boas e lindas que eu fiz na minha vida têm a mão da Dona Maria”, conta.

No Colégio Martin Luther, Maria Noeli Finger foi aluna de Dona Maria e conta que a professora planejava muito bem as aulas com dinâmicas interessantes, e que com o incentivo dela pautou toda a sua vida na educação. “Tive a direção de escolas durante 16 anos, trabalhei em Porto Alegre, e sempre tive um ótimo relacionamento com a Dona Maria em todos os momentos da minha vida, ela sempre me ajudou muito”, conta.

Bibiana Faleiro: bibiana@jornalahora.inf.br

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