A fábrica produz pirulitos de chocolate. A decisão foi dos associados, após pesquisas sobre a viabilidade da produção e interesse da comunidade. Eles produzem, embalam e vendem. No fim do ano, o resultado é distribuído entre os 44 associados. E tudo isso acontece dentro de uma escola.
A Coopstar é formada por alunos do 6º ao 9º ano da escola Cônego Sereno Hugo Wolkmer. Metade dos estudantes dessa faixa etária participam da cooperativa, que tem reuniões semanais.
A iniciativa de cooperativa escolar existe desde outubro de 2017. A estudante do 9º ano Luísa Mallmann conta que sabia pouco sobre cooperativismo quando a professora Maria Eloisa Mollmann sugeriu o projeto. Decidiu participar para aprender mais. Como sempre teve uma característica de liderança, foi escolhida para presidente.
“O projeto me ajuda nas minhas responsabilidades e minha organização” , afirma Luísa. Entre outras vantagens do ensino cooperativo nas escolas, ela cita o respeito com a diversidade de opiniões. “Tudo é feito com trabalho em grupo, estamos ali lutando por um objetivo comum.”
Eleição na Coopstar
No fim do ano, a presidente Luísa vai para o Ensino Médio e outro estudante assume a presidência. A campanha já está em andamento. Por enquanto, há apenas uma chapa. Atual integrante do Conselho Fiscal, Felipe Pinheiro é o candidato.
Aluno do 7o ano, ele leva para a vida os aprendizados do trabalho cooperativo, como o controle sobre a entrada e saída de dinheiro e destaca o aspecto socializante. “Eu faço muitos amigos na cooperativa. A gente tem que debater e isso nos une mais”, afirma.
Além da eleição, os associados desenvolvem uma campanha nas salas de aula para atrair os alunos que ingressarão no 6o ano em 2019.
Para a coordenadora do projeto na escola, professora Maria Eloisa Mollmann,o mais importante é a formação humana. “No mundo em que a gente vive é de suma importância aprender a cooperar, ajudar um ao outro e não passar por cima dos colegas.”
Alunos da Cooperstar estão em campanha para atrair novos associados
Três novas cooperativas
Nesta semana, três novas cooperativas saem do papel em escolas de Estrela, na segunda etapa do projeto. Elas se somam as oito criadas no ano passado. A Cooperleo teve sua assembleia de fundação nessa terça, no colégio Leo Joas.
“Estava uma grande expectativa para este momento, nos preparamos ao longo de meses, aprendemos bastante sobre cooperativas, divisão de funções. Os alunos se empenharam”, conclui a professora Angela Schossler, coordenadora do projeto.
A cooperativa nasceu com 48 associados e a direção assume com o objetivo de ampliar esse número. O produto ainda não está definido, mas a tendência é seguir o ramo da alimentação. Os associados já testam opções de lanches a serem comercializados na escola.
Hoje ocorre a assembleia de criação da Cooperpin, na escola Pinheiros, e da Cooperfácio, na José Bonifácio. O projeto é uma cooperação entre o governo Municipal e a Sicredi Ouro Branco e leva a tradição cooperativista da região para dentro do currículo escolar.
Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br
