Desde de 2012 longe dos palcos, a atriz Sofia Salvatori estrela seu primeiro monólogo aos 42 anos. Em Calígula, da Vai!ciadeteatro, ela vive o diálogo cujos protagonistas são o personagem histórico do imperador tirano e seu homônimo, um homem comum contemporâneo, personificado por uma mulher.
A base é a discussão acerca das estruturas de poder que existem desde o Império Romano. O espetáculo estreou no dia 4 e fica em cartaz até 21, de quinta a domingo, dentro da programação Teatro de Arena 50 Anos. A entrada é franca, com distribuição de senhas uma horas antes. A classificação etária é de 18 anos.
Segundo Sofia, não se trata de um trabalho interativo, mas há intimidade com o público. O diretor, João Pedro Madureira, optou por usar a arena completa, com público em todos os lados, e a iluminação também contempla a plateia. O texto, de Maria Luiza Sá e Madureira, foi escrito logo após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. “Não é uma aula. Ninguém quer determinar o que é certou ou não. É um convite a pensar no que está acontecendo.”
São 45 minutos de apresentação. Sofia não usa caracterização, nem maquiagem ou alteração vocal. O público recebe o texto na íntegra, para poder reler e refletir com calma em casa, já que algumas falas são “metralhadas”.
“Uma amiga assistiu e disse que ainda estava pensando e queria conversar pessoalmente. Para mim, isso é a definição do que é o meu trabalho nesse espetáculo: tocar outra pessoa e ela pensar sobre isso.”
De quinta a sábado, a apresentação ocorre às 20h, e aos domingos, às 19h. A peça faz parte do projeto Bobo + Calígula, viabilizado por edital da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. O Teatro de Arena fica na avenida Borges de Medeiros, 835, no Centro Histórico de Porto Alegre.
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