“Todo mundo gosta e merece ser respeitado”

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“Todo mundo gosta e merece ser respeitado”

Delmar Barbosa, ou simplesmente “Delegado”, é proprietário do tradicional Mil Lanches desde 1990. Veio de Santa Cruz do Sul para atuar sempre no mesmo ponto, em Lajeado. • O que lhe atraiu em Lajeado, lá no início da década de…

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“Todo mundo gosta e merece ser respeitado”
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Delmar Barbosa, ou simplesmente “Delegado”, é proprietário do tradicional Mil Lanches desde 1990. Veio de Santa Cruz do Sul para atuar sempre no mesmo ponto, em Lajeado.
• O que lhe atraiu em Lajeado, lá no início da década de 90? O que se passou antes disso?
Eu nasci em 1964, em Santa Cruz do Sul. Por lá, estudei em quatro escolas estaduais: São José, Goiás, Santa Cruz e Polivalente. Também exerci diversas profissões. Fui pintor, vendedor de livros. E antes de vir atuava de sapateiro. Mas então tive amigos que apresentaram problemas de saúde, acho que em função do produto químico. Então decidi mudar de vida. Larguei de mão. Foi então que encontrei este terreno aqui em Lajeado. Era um bom negócio. E eu aluguei.
• Você já havia trabalhado com lanches?
Nunca. Aprendi tudo sozinho. No peito e na raça. Eu já cozinhava bastante em casa, mas nunca havia trabalhado com lanches ou coisas do gênero. Comecei tudo do zero, aqui neste mesmo ponto.
• Mantém a mesma receita desde então?
No início, eu vendia 15 variedades de xis. Por isso, o nome Mil Lanches. Mil como forma de expressão, utilizada naquele período para citar grandes quantidades. Hoje eu vendo apenas uma receita. Com o mesmo molho, o mesmo tempero. Eu faço tudo, tudo caseiro. E com a responsabilidade da higiene. Sempre lavando bem as mãos, esse também é um dos segredos.
• Por que o apelido de “Delegado”?
Quem me apelidou foi um antigo cliente, “Chiquinho”, hoje motorista de caminhão. Ele era moleque, e costumava vir aqui com uma gurizada. Eles ficavam na área externa da lancheria, e era comum se ‘passarem’ um pouco no barulho. Naquele dia, eles estavam em uns 15 guris incomodando um pouco alguns clientes. Então eu esperei a clientela baixar, fui até eles e joguei gás lacrimogêneo para assustá-los. Eles saíram voando e nunca mais incomodaram. Então eles passaram a me chamar de “Delegado”. Deve ter sido por isso, imagino eu (risos).
• Aqui no seu empreendimento é preciso respeito, então?
Todo mundo gosta e merece ser respeitado. Eu sempre prezei muito pela presença de famílias. Preciso manter a ordem do ambiente. Por isso, sou o “Delegado” (risos). Estou aqui faz 28 anos. Tenho clientes que vieram aqui pela primeira quando adolescentes e, hoje, voltam com os filhos. Vem do pobre ao mais rico. Muitos que foram morar em outras cidades e até outros países e, quando voltam, fazem questão de parar aqui para comer o meu lanche. Acho que tudo isso tem um pouco a ver com respeito, sim.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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