“Meu ouvido puxava para o baixo”

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“Meu ouvido puxava para o baixo”

Natural de Paverama, Marcinho Staggemeier, 39, dedica mais de três décadas a ensinar e fazer música. O instrumento no qual ele se especializou é o baixo. • De que forma a música surgiu na sua vida? Se eu penso lá…

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“Meu ouvido puxava para o baixo”
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Natural de Paverama, Marcinho Staggemeier, 39, dedica mais de três décadas a ensinar e fazer música. O instrumento no qual ele se especializou é o baixo.
• De que forma a música surgiu na sua vida?
Se eu penso lá atrás, teve um pequeno período da minha vida que não fui músico. Talvez antes dos 6 anos. Com essa idade, já me ligava em música. Meu pai era músico e sempre tinha instrumento atirado em casa. Foi isso que me despertou. Eu era pequeno, colocava a guitarra no colo do jeito que dava e tentava acompanhar a música que tocava no rádio. Foi totalmente natural. E ninguém me ensinou. Sou autodidata.
• Quando as pessoas optam pelo instrumento de corda, geralmente a escolha é a guitarra. O que te levou a se aperfeiçoar no baixo?
Aconteceu. Mesmo que tinha a guitarra em casa, eu tocava baixo. Meu ouvido puxava para o baixo da música. Um dia meu pai chegou em mim e disse que eu estava tocando baixo. Eu fiquei feliz da vida e comecei a insistir nisso.
• Quais as suas influências como baixista?
Entre os caras que mudaram minha forma de tocar: Jaco Pastorius (baixista de jazz norte-americano), o meu maior ídolo no Brasil, o Arthur Maia. Geddy Lee (baixista canadense do Rush) foi um divisor de águas. Atualmente, estou ouvindo Guillermo Vadalá (baixista argentino) e Kyle Eastwood (baixista norte-americano e filho do ator Clint Eastwood).
• Como é viver da música?
Viver da música é se desdobrar. Tem que trabalhar muito, nada é à toa. Quando não tem show em fim de semana, estamos ensaiando. Eu não consigo viver sem palco. Lá é a catarse. Mas tem que ter outra coisa na música. Um estúdio, lecionar em colégio ou dar aula particular, que é o meu caso. Durante a semana, é isso que eu faço.
• Qual a sua avaliação sobre o cenário musical brasileiro?
Eu prefiro ver as coisas com otimismo, embora seja mais óbvio dizer que ‘só roda música ruim’ ou ‘esse estilo não me agrada’. Hoje todos os meios estão aí. É só ter um pouco de boa vontade. Desliga o rádio, vai no Goolge e pesquisa. Existe muita coisa boa sendo feita. A própria Laura (Dalmáz), com quem eu toco. Modéstia à parte, ano que vem ela está lançando um EP dela, um trabalho inédito que é de altíssimo nível com músicas inéditas. Acontece que às vezes temos um ranço. O próprio músico tem ranço e diz que isso ou aquilo não presta. Mas é só pesquisar.

Fábio Kuhn: fabiokuhn@jornalahora.inf.br

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